Olá, queridos!
Hoje vim postar a resenha de um gênero
que nunca foi resenhado aqui no blog: biografia. Não sou muito de ler
biografias, mas sou fã do NELSON
RODRIGUES e fui convencida pela RAQUEL da AGIR/NOVA FRONTEIRA a me aventurar na leitura. A princípio fiquei
relutante, pois, além de não gostar de biografias, havia lido que o livro
continha uma série de entrevistas já dadas pelo autor e nada mais. A Raquel me
explicou o conteúdo certinho do livro e fez com que eu ficasse morrendo de vontade
de lê-lo. E fiz isso assim que o livro chegou.
NELSON RODIRGUES POR ELE MESMO conta a história de um dos autores mais polêmicos de nosso
país. Toda a obra foi organizada por sua filha, Sonia Rodrigues, que é também
quem apresenta a introdução do livro.
Sonia escreveu uma introdução cativante
e muito bem explicada acerca dos propósitos do livro. Sua admiração pelo pai é
visível em cada linha de seu texto, e o amor com que “montou” o livro também.
Sonia diz que “este livro, no entanto,
não pretende ‘costurar’ mais uma versão de sua biografia. NELSON RODRIGUES POR
ELE MESMO tanta unir o máximo do que ele quis dizer sobre sua vida e sua obra”.
E é exatamente isso que encontramos nas 265 páginas do livro. Nelson se expondo
de maneira nua e crua para o leitor.
Nelson fala de sua vida, trajetória,
pensamentos, opiniões, polêmicas, seus livros, suas peças e tudo que lhe dá na
telha. Boa parte da história de Nelson eu já conhecia, como por exemplo, o
assassinato de seu irmão no jornal em que seu pai era chefe, mas, lendo os
fatos relatados por ele mesmo, a história ganha um peso mais real e trágico.
Aliás, Nelson é o rei da tragédia.
Muitas de suas crônicas presentes em A
VIDA COMO ELA É e NÃO TENHO CULPA
QUE A VIDA SEJA COMO ELA É, falam de tragédias. Também pudera, aos 14 anos
Nelson já escrevia na coluna policial do jornal de seu pai e convivia
diariamente com assuntos bem pesados que serviram se inspiração para suas
obras.
Alguns fatos da obra NELSON RODRIGUES POR ELE MESMO me
surpreenderam: o início cheio de dificuldade e pobreza enfrentado pela família
de Nelson; a educação que ele teve enquanto menino de não falar palavrões e
palavras baixas, coisas corriqueiras em toda sua obra; e muitas outras coisas,
mas o que mais me surpreendeu foi a relação de Nelson com o sexo.
O livro, O CASAMENTO, é um livro sem pudor algum, com sexo exalando por
todas as páginas e situações que chocam e constrangem o leitor, tanto que em
determinada época o livro chegou a ser proibido. Após a leitura dele, sempre
achei que Nelson era um depravado, e fiquei completamente surpresa em encontrar
em sua biografia pensamentos contrários àquilo que ele escrevia em suas obras
de ficção.
Nelson fala de sexo de forma romântica
e nada banalizada, o que fez crescer ainda mais minha admiração pelo autor,
pois sempre soube que ele era capaz de escrever qualquer coisa, em qualquer
gênero e permear por todas as vertentes literárias, mas sempre o vi como um
adorador do sexo em qualquer forma, e aí me deparei com um homem sensato e com
pensamentos serenos sobre o assunto.
Mas o que mais gosto em Nelson é seu
posicionamento em relação à política e ideologia. Eu adorei ver sua língua tão
ferina em A CABRA VADIA, adorei ver
suas críticas, opiniões, relatos sobre personalidades e fatos políticos, mas
adorei ver muitos mais pensamentos como esses em NELSON RODRIGUES POR ELE MESMO. Nelson era um homem corajoso que
não tinha medo de expor seus pensamentos.
NELSON RODRIGUES POR ELE MESMO é um retrato intenso e transparente de um dos maiores
autores que o Brasil já teve. Nesse ano teremos o centenário do NELSON RODRIGUES, espero que os jornais
e televisão prestem a devida, e merecida, homenagem a esse gênio que perdemos.
FICHA DO LIVRO
NELSON RODRIGUES POR ELE MESMO
NELSON RODRIGUES
Editora: NOVA FRONTEIRA
Ano: 2012
Nº págs: 265
Gênero: Biografia
Cortesia da editora para resenha
Difícil encontrar um blog que fale de Stephen King a Mário Prata, de Meg Cabot a Nelson Rodrigues. Adorando visitá-lo.
ResponderExcluirGélido é o livro que menos gostei da série. Tem ótimos momentos, claro. As cenas em que Maura e seus companheiros estão na casa abandonada são dignas de uma obra de Stephen King. Uma expectativa no ar, uma sensação de que alguém os vigiava, a suspeita de um elemento sobrenatural com você disse. Mas após a suposta morte da médica acho que a trama desandou. Na verdade a história é ótima, mas deveria ter sido contada em outra ordem de acontecimentos. Quanto aos livros anteriores, recomendo ler na ordem certa. Há muitas transformações nos personagens, principalmente em Rizzoli, que no primeiro livro é completamente diferente dessa policial casada, segura e realizada. A Rizzoli de O Cirurgião é bem mais complexada e é legal vê-la desabrochando de livro a livro.
http://porquelivronuncaenguica.blogspot.com.br/2014/11/sete-serial-killers-da-literatura.html