26 de fevereiro de 2016

RESENHA: NO BOSQUE DA MEMÓRIA - Tana French (Ed. Rocco)



Olá, pessoal.

Hoje quero muito comentar com vocês o que achei da leitura de NO BOSQUE DA MEMÓRIA da TANA FRENCH, lançado pela editora ROCCO. Não fiz post de INDICAÇÃO para o livro porque lhe dei apenas 3 estrelas e quero compartilhar com vocês os motivos.

No Bosque da MemóriaNO BOSQUE DA MEMÓRIA (vol.1)
TANA FRENCH
Série: Dublin Murder Squad
Editora: ROCCO              
Ano: 2009
Nº págs: 512
Gênero: Policial, Suspense

SINOPSE: Novatos na divisão de Homicídios, Adam Ryan e sua inseparável companheira Cassie Maddox deparam-se com o maior caso de suas vidas quando um grupo de arqueólogos descobre o corpo de uma menina de apenas 12 anos na floresta de Knocknaree. Pressionados a encontrar os responsáveis pelo assassinato de Katharine Devlin, Ryan e Maddox embrenham-se em uma trama macabra que havia começado no dia 14 de agosto de 1984. Naquela tarde de verão em Dublin, três crianças brincavam na floresta vizinha às suas casas quando misteriosamente desapareceram. Sabendo que os filhos conheciam intimamente a mata, os pais de Jamie Rowan, Adam Ryan e Peter Savage demoraram a desconfiar que houvesse algo de errado. Quando policiais e cães farejadores foram chamados para localizar os jovens desaparecidos, somente Ryan foi encontrado, sem nenhuma lembrança do que ocorrera com seus amigos. Jamie e Peter sumiram na floresta sem deixar pistas e o tenebroso caso foi arquivado pela polícia.Enviado para longe do assédio da imprensa, Adam Ryan estudou em um colégio interno, desfez-se do passado e anos mais tarde se tornou policial. Apesar do esforço para manter o episódio em segredo, o detetive não pode ignorar as incríveis conexões entre o assassinato de Katharine Devlin e o sumiço de seus amigos vinte anos antes. Todas as vítimas tinham 12 anos e sofreram os ataques na mesma floresta. Para a mídia, as descobertas arqueológicas no antigo terreno da mata sugerem a ação de forças sobrenaturais. Sem suspeitos para o crime, Ryan é obrigado a revisitar o local da tragédia que marcou sua infância. Arriscando colocar o dedo em feridas nunca cicatrizadas, o policial descobre que a solução do caso de Katharine Devlin também significa o fim do mistério do desaparecimento de Jamie e Peter. Para avançar nas investigações, o detetive precisa desvendar os segredos da floresta de Knocknaree e voltar os olhos para seu passado.


Há anos venho colecionando os livros da TANA, porém, sem ler nenhum. Este ano estabeleci em minhas metas para 2016 que iria conhecer a escrita da autora e assim o fiz, mas esperava algo um tantinho fenomenal, ainda mais com esse livro, que ganhou muitos prêmios. Contudo, o que encontrei foi uma leitura mediana. Mas vou explicar a nota.

Eu daria 5 estrelas para Cassie, a co-protagonista e detetive fodorástica que tem um passado intrigante, uma mente afiada, sabe traçar perfis, porque cursou alguns anos de psicologia, e é uma mulher incrível, dinâmica, cheia de atitude e disposta a tudo para encontrar os culpados.

Eu daria 5 estrelas para o enredo, que foi soberbo! Intrigante, interessante e magnífico seriam elogios cabíveis a essa narrativa. A forma de narrar, os detalhes do assassinato, tudo, PERFEITO!

Eu também daria 5 estrelas ao final. Vi alguns comentários de pessoas que não gostaram do final; particularmente, AMEI. Achei que TANA deu um final digno e condizente com o que estava apresentando. Foi meio óbivio? Sim, foi, mas foi exatamente aí que esteve a grandiosidade da obra, TANA não quis ser aquela autora que surpreende o leitor, que faz o livro todo caminhar por um caminho e ao final revela algo sem pé nem cabeça só para surpreender e mostrar que conseguiu enganar. Pelo contrário, ela fechou de forma redondinha tudo a que se propôs em relação ao assassinato da criança. As explicações sobre o como e o por quê do crime também mereceram 5 estrelas.

Agora os motivos pelos quais daria 1 estrela ao livro, o que fez com que a nota dele ficasse em 3: um furo na investigação e o protagonista. Sim, ele foi o fiasco do livro.

A investigação deixou passar algo MUITO absurdo, que me aborreceu demais! O corpo foi encontrado em um sítio arqueológico que estava sendo cavado. Todos os que estavam lá trabalhando foram interrogados, mas os galpões que eles estavam usando para guardar instrumentos e achados só foram investigados quando mais da metade do livro já tinha passado. Pelo amor, se o corpo foi encontrado naquela área, como deixar de verificar justamente tais lugares? Fiquei meio putirça com essa falha gigantesca e bizarra no enredo, pois todos sabemos que procuram-se pistas ao redor do local do crime. Mas acho que os policiais do livro não sabiam. ¬¬

O outro motivo que dei nota 1 foi Rob Ryan, detetive, protagonista e narrador, que começa o livro falando de sua tragédia pessoal, o que me fez ficar cheia de sentimentos e empatia por ele, mas não demorou para o personagem se tornar um tédio, um pé no saco! Sabem aqueles detalhes desnecessários, como por exemplo, a cor da blusa da vizinha que estava saindo do prédio ao mesmo tempo que você? Pois é, ele nos conta isso. Isso e mais uma INFINIDADE de detalhes descabidos, desnecessários e que quebraram o ritmo do enredo. Até agora não entendo a escolha de TANA por um protagonista/narrador tão boring e detalhista. Claro que livros policiais têm de ter detalhes, mas detalhes que sejam pertinentes à trama, à investigação, e não aos relatos diários e bobos do investigador.

Uma coisa que me irritou também foi a forma como ele detalhou seu relacionamento de amizade e parceria profissional com Cassie. Ok, ao final eu até compreendi o motivo de tantos detalhes, mas durante a leitura achei cansativo.

Aliás, Ryan foi um personagem cansativo. No começo senti pesar por seu passado, depois o achei tedioso, e quando ele se mostrou um babaquinha que pensava com o pinto passei a achá-lo um sujeito BOÇAL em níveis alarmantes. Não desisti da leitura por que estava intrigada e satisfeita com o enredo e com Cassie, mas esse sujeito me tirou do sério. O pior é que ele sempre voltava em seu passado pra tentar fazer peninha. Cheguei em um momento de tanta fúria que só conseguia pensar que queria que ele tivesse se f*****. Mas pior mesmo foi quando se revelou o final. Para justificar que tinha sido um idiota, manipulado e completamente enganado, ele também tenta convencer o leitor de que também fomos enganados ¬¬. Mas não, não fomos, como eu disse, TANA segue um plano correto em seu enredo e o termina de forma redondinha, de forma que bate com tudo que ela apresentou nas muitas centenas de páginas. Enfim, Ryan, filho, você é tedioso, sorry. E babaca também. Ah, e BEM cego e burro para um investigador ;)


Enfim, NO BOSQUE DA MEMÓRIA é um livro cheio de acertos, mas com dois erros tão gritantes que são impossíveis de ignorar. Gostei da leitura, vou ler o próximo volume (só não sei quando), mas já vou com menos expectativa. Já vocês, devem decidir se vale a pena ter uma paciência de Jó e encarar o protagonista para ter contato com uma história brilhante, ou se vale deixar de ler por causa do chatinho e perder um crime com desvendamento fantástico. 

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18 comentários:

  1. Mari, eu amei sua resenha! Seus motivos que daria á obra cinco estrelas foram pontos que muito me atraiu, principalmente o enredo ser arrebatador, sem deixar nenhuma ponto solta, algo muito importante para se tornar um bom livro de suspense, mas ao mesmo tempo o fato do protagonista ser completamente maçante e detalhista, muito me desiludiu. Então ainda estou naquele impasse se devo ou não ler a história, mas por via das dúvidas irei guardar seu título para buscar para ler assim que possível.
    Bjs!

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    1. Le, particularmente, acho que vale a leitura, só é preciso paciência com o sujeitinho, hahaha.

      bjs

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  2. Ah, a sinopse parece legal, mas se tem uma coisa que ODEIO em livros do gênero é quando uma coisa não bate ou fica mal explicado, você não engole aquilo e continuam como se não fizesse diferença. Achei bizarra essa falha na investigação. Mas gente...Oo
    Mas sei lá, os pontos positivos me fariam ler. Parece uma história muito boa, tirando essa parte. Acho que iria gostar.

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    1. Cris, ele vale a pena! Mas tenha em mente que o protagonista é um porre e isso vai te desanimar em alguns momentos e que quando eles resolverem procurar a pista ao lado do local do crime você vai ficar indignada por não terem feito antes :S

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  3. Mari!
    Um livro que poderia ser maravilhoso por completo, porém os erros da escritora atrapalharam, que ó...
    Carecemos de bons livros policiais, faz tempo que não leio um ótimo!
    “Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo.” (Oscar Wilde)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    Top Comentarista fevereiro, 4 livros e 3 ganhadores, participe!

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    1. Rudy, estou precisando MUITO ler um ÓTIMO! OMG! Rs

      Bjs

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  4. Você deu tantas notas 5 que não tem como não ficar a fim de ler.
    Achei que Cassie fosse a protagonista.
    Ela merecia ser né?
    Porque o carinha que se vitima e é burrinho e tedioso ta com nada.
    Eu sempre acho que esses furos na trama são de propósito.
    O motivo e o assassino já se sabe (a autora) daí ela precisa enrolar até que todos saibam... Haha...
    Bem, eu achei fora de cabimento o que tu não curtiu e concordo com sua nota.
    De repente no próximo livro isso não ocorra.
    Beijos

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    1. Sim, Edna, Cassie TINHA que ser a protagonista, simplesmente porque ela é mui foda!
      Apesar dos pontos negativos, estou louca pela sequência. Espero ler em breve.

      Bjs

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  5. Oi Mari! Quando você citou este excesso de detalhes lebrei de alguns livros nacionais que li e até a receita de uma feijoada a autora teve a capacidade de colocar na história. Bastava dizer que estavam comendo e só, o mesmo aplica-se as vestimentas, aparência e afins, detalhes são necessários, mas quando usados para encher linguiça acabam com o livro. Nunca li nada desta autora e acho que não começaria com este, vou aguardar mais dicas aqui e esperar por um cinco estrelas. Bjos!!!

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    1. Cidaaaaa, morri! Receita de feijoada? Por Deus! Hahahaha. Chorei de rir. Mas é verdade, quando os detalhes são usados pra encher linguiça, são irritantes demais e atrapalham o fluxo da leitura. Espero que os demais livros sejam melhores.

      Bjs

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  6. Oi Mari.
    Gostei muito da sua resenha, e da sua sinceridade, tem coisas que não precisam estar em um livro, fui ler uma vez, um livro estrangeiro, e o autor citou cada minimo detalhe, de personagem fazendo o numero dois? espera como assim? fiquei traumatizada, detalhes são muito bons, porem em excesso estraga, fica chato e tedioso.
    Boa tarde.

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    1. Kkkkkkkkkkk, mentira que teve detalhes do popo? Kkkkkkkkkkkkk ri horrores! Mas é verdade, tem coisas que não precisam estar no livro. Acho que esse protagonista também não precisava estar aqui, hahahaaha.

      Bjs

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  7. Personagens cativantes são uma motivação maior para ler, mas se a história é boa eu passo por cima disso. Já essas mancadas na investigação é difícil fingir que não vê. Mas ainda lerei essa série da Tana, só preciso diminuir meus não lidos.



    http://porquelivronuncaenguica.blogspot.com.br/

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    1. Ro, amo suas opiniões sobre livros policiais! Estou doida para você ler e dizer o que achou.

      Bjs

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  8. Também me irrita muito esses erros básicos de investigação, claro que são de propósito por parte da autora. Mas isso deixa a história difícil de ser engolida.

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    1. Exatamente, Ro. Poderia ser algo um pouco menor, mas deixar de procurar pistas a 10 metros do local do crime e procurar em um raio de 10 quilômetros foi realmente BIZARRO.

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  9. Não conheço nada da autora, mas acho que daria uma chance a ela pelos pontos positivos citados, mas é complicado quando a autora da um fora desse.

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    1. Jess, os pontos positivos valem muito a pena. Se você passar por cima dos negativos, vai aproveitar bastante ;)

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