RESENHA: OS FILHOS DE ANANSI - Neil Gaiman (Ed. Intrínseca)

Boa noite, gente!

Ontem vocês conferiram resenha da INTRÍNSECA e hoje tem mais resenha da editora. A de hoje é OS FILHOS DE ANANSI do NEIL GAIMAN.

OS FILHOS DE ANANSI

NEIL GAIMAN

Editora: INTRÍNSECA              

Ano: 2015

Nº págs: 328

Gênero: Drama, Humor, Fantasia

SINOPSE: Charlie Nancy tem uma vida pacata e um emprego entediante em Londres. A pedido da noiva, ele concorda em convidar o pai para seu casamento e fazer uma tentativa de reaproximação, já que há vinte anos os dois não se falam. Enquanto isso, no palco de um karaokê na Flórida, o pai de Charlie tem um ataque cardíaco fulminante. A viagem de Charlie até os Estados Unidos para o funeral acaba se tornando a jornada de uma nova vida. Charlie não tinha ideia de que o pai era um deus. Menos ainda de que ele próprio tinha um irmão. Agora sua vida vai ficar mais interessante... e bem mais perigosa. Embrenhando-se no território de lendas e deuses pagãos, a poderosa narrativa de Neil Gaiman leva o leitor a mergulhar nessa história fantástica e bem-humorada sobre relações familiares, profecias terríveis, divindades vingativas e aves muito malignas.

Preciso começar essa resenha dizendo que não sabia nada sobre esse livro. Apenas solicitei-o por ser do GAIMAN e por já ter lido outras obras do autor que muito me agradaram, mas não, não fazia ideia do quão diferente esse livro seria e do quanto arrancaria profundas risadas, mas foi esse o exato efeito de OS FILHOS DE ANANSI sobre mim.

O começo já me prendeu em sua teia (com o perdão do trocadilho). Assim que Charlie foi ao enterro do pai e lá fez algo inusitado, caí na gargalhada. Eu sei, uma cena de enterro não é algo para se dar risada, mas duvido que alguém vai conseguir segurar o riso diante da magnífica cena que GAIMAN criou para seu protagonista, que é, digamos, um tanto quanto boboca em algumas (muitas) situações.

É nesse enterro que ele descobre que tem um irmão, que lhe foi escondido durante toda a vida, e que seu pai era um deus-aranha. Pronto, está construída uma fábula divertidíssima e bastante confusa em alguns momentos. Charlie foi um personagem que começou a obra de forma tão apagada que quando seu irmão surgiu, roubou os holofotes e fez com que Charlie fosse relegado ao personagem que apenas sentimos pena. Já seu irmão, Spider (saca o nome!), é audacioso, voraz, divertido, alegre, canastrão, cafajeste e, justamente por causa de todos esses adjetivos, encantador.

Além de trazer elementos brilhantes no enredo, como a rixa dos irmãos, já que Spider herdou toda a divindade do pai, a própria divindade e a história envolvendo aranhas, GAIMAN usou de um artifício que muito me conquistou: o mistério e o envolvimento da polícia. Por causa de uma atitude, que a princípio pareceu estupenda, por parte de Spider, Charlie fica na mira da polícia, o que deu um gás na leitura e me deixou cada vez mais curiosa, afinal, ora eu morria de dó dele e ora de raiva por ele ser tão bobo. Mas o mais engraçado é que eu adorava as passagens com o perversinho Spider, rs. OS FILHOS DE ANANSI é aquele tipo de livro em que outro personagem rouba a cena do principal e faz com que tenhamos apenas simpatia por ele, enquanto morremos de adoração pelo outro, afinal, se não fosse Spider, cadê livro? Cadê humor?

Fato é que tirando a comicidade da obra, em muitos momentos OS FILHOS DE ANANSI é confuso e até bizarro, e acredito que esse foi um dos pontos altos do livro, pois o nó que GAIMAN vai dando em nossa cabeça é algo magnífico e nos encoraja a cada vez mais mergulhar nesse universo tão maluco e cheio dos mais diversos elementos que ele criou.

OS FILHOS DE ANANSI foi uma leitura divertidíssima e um dos livros do GAIMAN de que mais gostei, provavelmente por ter sido tão diferente de tudo que eu pensava encontrar. Se recomendo? Óbvio! 

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