Olá, pessoal.
A resenha está indo ao ar hoje, mas a escrevi na sexta-feira, assim que
acabei de ler o livro. Preciso dizer que fazia MUITO tempo que eu não corria
para resenhar um livro que tinha acabado de ler. Por mais que gostasse da
leitura, nenhum deles me fazia correr para escrever, mas com UM RIO MUITO FRIO do MICHAEL KORYTA (Ed. Record), foi diferente.
Tomei conhecimento de UM RIO MUITO
FRIO quando estava vendo os livros lançados pela Record no site da editora. Dei uma olhada na capa, no título, li a
sinopse meio por cima e solicitei-o. Contudo achei que seria um livro que teria
uma pegada mais policial, um livro para desvendar mistérios.
Quando recebi o livro em casa me surpreendi com a contra-capa. Autores
comentando que a história era de terror e até comparando o autor com Stephen
King. Na hora senti certo receio, pois todas as vezes que alguém compara uma
história de terror com o mestre King eu me desaponto com a leitura e acho que a
comparação foi bastante infeliz. Michael
Koryta surgiu para provar que eu estava errada, e que a comparação que
fizeram dele com King é bastante justa, pertinente, e principalmente, merecida.
UM RIO MUITO FRIO traz como
personagem principal Eric Shaw, um cinegrafista que já colheu os louros da
fama, mas que por um problema de forte personalidade e desentendimento com o
diretor de seu último filme, viu sua carreira em Hollywood fracassar. A vida
pessoal de Shaw também estava um fracasso, pois depois de ficar sem emprego,
sem projeto de vida e sem planos para o futuro, também havia ficado sem a
esposa.
A solução que Eric encontra para viver é gravar vídeos de pessoas já
falecidas para homenageá-las em seus funerais. É em um funeral que conhece
Alyssa Bradford, casada com um rico empresário, com o sogro a beira da morte, e
cheia de vontade de que a vida dele seja documentada para guardar para o
marido. Encantada com o vídeo de Eric, ela o contrata e o envia para Indiana, para
conhecer a cidade em que o sogro havia nascido e passado a infância. Para Shaw,
ela apenas diz que quer saber mais sobre o misterioso passado do sogro e lhe
entrega uma garrafa com água, que o homem guardava por anos e que permanecia
sempre gelada.
Quando chega a cidade, Shaw descobre a empresa que comercializava a água,
a Plutão, que tinha um diabinho em seu rótulo. Achando tudo estranho, ele
resolve investigar mais sobre a cidade, os moradores, os hotéis, as fontes, e
os mistérios que lá existem. Para isso conta com a ajuda de Kellen, um
ex-atleta que apostou na vida acadêmica e sabe tudo sobre a cidade, e da
simpática Anne, uma velhinha que é fascinada pelas previsões do tempo. Shaw vai
mergulhar em uma história de profundo horror, em que mortos, trens-fantasmas e
músicas tocadas em violinos, aparecem após ele tomar a famosa água Plutão.
Vou ficar por aqui no relato sobre a história, do contrário vou ficar até
amanhã contando e a resenha vai se tornar enorme. Quero falar agora das
impressões que tive sobre o livro.
Decepcionei-me muito com os livros de horror/terror que li ultimamente.
Todos eles deixaram a desejar, e a maioria foi pela pouca quantidade de
páginas, pois os autores não desenvolviam de forma que me convencesse suas
histórias ou personagens. Porém, finalmente, fui agraciada com uma história de
terror a altura! UM RIO MUITO FRIO
tem exatamente TODOS os elementos que considero essenciais para uma história de
terror ser absolutamente incrível!
MICHAEL KORYTA não economiza nas
palavras. Tudo é descrito de um jeito extremamente detalhado, elaborado e bem
trabalhado, de forma que podemos visualizar todos os ambientes, internos e
externos, a que o autor nos leva. Outro ponto que acho importantíssimo em um
livro do gênero é a profundidade das personagens. Só quando a conhecemos
intimamente somos capazes de nos deixar levar pela história de terror, que
acredito não ter finalidade apenas de nos assustar ou botar medo, mas sim nos
colocar na pele do personagem e sentir como aquilo o afetaria. Eric Shaw,
Kellen, Anne e todos os outros personagens, são descritos de forma tão rica e
detalhada que nos impressiona. Sejam em suas características físicas ou em suas
personalidades, as personagens saltam do livro e dialogam diretamente com a
gente, pois a sensação é de que conhecemos alguém que se assemelha a elas.
A narrativa é incrivelmente lenta, porém jamais entediante. Pelo
contrário, é uma leitura para ser saboreada, entendida, degustada. Cada detalhe
é singular e importante. E é justamente pelo ritmo lento que vamos adentrando
na história e vivendo os momentos de medo e tensão das personagens. Aliás,
chamo a atenção dos leitores pela incrível astúcia que o autor teve em escrever
as passagens das aparições de forma tão penetrante.
UM RIO MUITO FRIO não é um livro de
horror que leva a gritos e medos, mas é o tipo de leitura que mexe com o
psicológico, que faz com que o leitor tema pelos personagens, que se sinta
ligado a eles, que nos faz imaginar o que acontece através dos olhos de quem vê
as aparições.
MICHAEL KORYTA foi absolutamente
incrível ao conseguir escrever de forma tão espetacular uma história de horror
sobre uma “água mal assombrada”, uma cidade pequenina, pessoas estranhas e
passados esquecidos.
Esse sim é um livro (e um autor) digno de ser comparado com as belas obras
do mestre Stephen King. Para quem gosta do gênero, UM RIO MUITO FRIO é o livro que não pode deixar de ser lido.
FICHA DO LIVRO
UM RIO MUITO FRIO
MICHAEL KORYTA
Ano: 2012
Nº págs: 446
Gênero: Suspense, Terror
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