29 de julho de 2015

RESENHA: O SOL É PARA TODOS - Harper Lee (Ed. José Olympio)



Boa noite, gente!

Estou atrasada com a segunda resenha do dia, desculpem L Agora vou falar sobre uma riqueza: O SOL É PARA TODOS da HARPER LEE, relançado pela JOSÉ OLYMPIO, editora que faz parte do GRUPO EDITORIAL RECORD.

O Sol É Para TodosO SOL É PARA TODOS
HARPER LEE
Editora: JOSÉ OLYMPIO              
Ano: 2015
Nº págs: 364
Gênero: Drama


SINOPSE: Um livro emblemático sobre racismo e injustiça: a história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos dos anos 1930 e enfrenta represálias da comunidade racista. O livro é narrado pela sensível Scout, filha do advogado. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça. O sol é para todos, com seu texto forte, melodramático, sutil, cômico (The New Yorker) se tornou um clássico para todas as idades e gerações.


Acredito que esse livro dispense toda e qualquer apresentação, contudo, eu sempre me perguntava por que todo mundo dizia que ele era um clássico atemporal, e isso é algo que realmente só compreendemos após fazer a leitura desse belíssimo livro, que nos é narrado de forma tão singela e inigualável que basta o primeiro parágrafo para nos dragar para dentro da história.

Que O SOL É PARA TODOS fala de uma triste situação que envolve preconceito racial, todo mundo já sabe. O que escapa a quem ainda não leu é a sutiliza com que LEE abordou o tema e em como isso refletiu em toda a sociedade.

É através da jovem Scout que vamos adentrando dentro de seu mundinho e de seus semelhantes: a escola, o cotidiano, a vida em casa, com a família, as dificuldades pelas quais todos ao seu redor passam, as brincadeiras de criança, as artes, etc... É com bastante leveza que O SOL É PARA TODOS inicia e com grande curiosidade que ele nos deixa quando insere a história da família Radley. Aliás, para mim, essas foram umas das melhores partes, ver que as crianças temiam tanto um personagem que por vezes dava as caras de forma surpreendente e emocionante. Não houve uma vez sequer que não senti meu coração apertado e com ânsia por saber mais a respeito dos Radley, todos eles.

Não nego que LEE demora um pouco a nos envolver na premissa do preconceito racial, mas ela caminha tão bem pelas ramificações da história, que sempre nos satisfaz, e nunca faz com que fiquemos com a sensação de querer que chegue logo no principal do enredo. Eu, pelo menos, torci para que não acabasse e não chegasse lá, tão apaixonada estava por Scout, seu irmão, Jem e seu pai, Atticus.

Quando enfim cheguei ao ponto máximo da obra, foi como se alguma coisa estivesse apertando minha garganta e me sufocando, tão revoltada fiquei com o julgamento e, principalmente, com o comportamento das pessoas em definir a culpa pela cor, e não por atitudes que estavam demasiadas claras.

O que mais me doeu nessa leitura foi saber que situações como essa se repetiram muitas e muitas vezes, em várias sociedades e em vários países. É muito triste ver o que o preconceito pode fazer e o quão ele pode destruir. Não sofri por ser uma história belissimamente contada, mas sim por saber que o que foi relatado foi uma situação ao qual o mundo viveu e, infelizmente, ainda vive. Acredito que toda forma de preconceito deva ser castigada, mas é duro ver que não faz muito tempo era uma coisa tão normal, que o anormal era ficar a favor do “diferente”. E é no quesito do a favor do “diferente” que LEE deixa sua história grandiosa e ainda mais tocante, pois foi riquíssimo ver que alguns poucos realmente enxergavam as pessoas todas como sendo iguais e passava para os seus esses sentimentos. Creio que foram essas atitudes que exacerbaram ainda mais o quesito caráter da obra, pois têm aqueles que o têm para o bem e outros que, em sua falta, praticam o mal, e de forma realmente absurda e assustadora.

Apesar do tema do preconceito racial ser o dominante no livro, podemos perceber que LEE explorou vários tipos dele, até mesmo o preconceito sexual, que relega as mulheres a uma posição mais baixa e submissa que os homens.


O SOL É PARA TODOS é o tipo de livro que lemos e que, não apenas nos marca para a vida, mas também faz com que levemos ensinamentos por todo o sempre. Um livro magnífico que gostaria de não ter demorado tanto a ler. 


Comente com o Facebook:

11 comentários:

  1. Faz tempo que quero ler...depois que saiu essa nova edição linda da JO, a ânsia só aumentou. A história desse livro é tocante demais ao que parece e os personagens parecem ser um toque a mais pra nos prender na trama. Antes de conhecê-los já os amo um pouco, imagino quando ler ♥

    =* até

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Hahaha, esse livro é bem isso mesmo, antes de conhecer os personagens, a gente já os ama por tudo que representam na literatura. É divino! Leia ;)

      Bjs

      Excluir
  2. Oi, Mari!
    Drama não faz muito meu gênero, apenas quando uma sinopse chama bastante minha atenção decido sair da minha zona de conforto, e O sol é para todos não despertou essa vontade... Além do mais, tenho certeza que o assunto abordado - preconceito racial - e as injustiças que sofrem os personagens iriam mexer com minhas emoções, e o momento atual não é propício para isso. Mas para quem gosta do estilo, com certeza é uma ótima indicação.
    Bjos!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Any, esse livro mexe mesmo com as emoções, e sim, acredito que deve ser lido no momento certo, se você não sente que é o seu momento de fazer a leitura, deixe para depois ;)

      Bjs

      Excluir
  3. Mari, realmente esse livro dispensa apresentações, e olha que eu não li ainda, mas já ouvi e li tantas coisas boas dele que acho impossível que algum leitor nunca tenha ouvido falar sobre ele. Para ser sincera contigo eu não sabia sobre o que se tratava o livro, sou dessas que não lê sinopse e procura saber o menos possível sobre uma obra para não ser influenciada e acabar me decepcionando. Bom, sua resenha me deixou curiosa com a história principalmente por causa da escrita da autora e a forma como ela consegue envolver rapidamente o leitor. Mas o que mais me chamou atenção foi a forma como você sentiu-se angustiada ao ler, isso faz com que eu deseje ainda mais conhecer melhor essa obra.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ju, a escrita dela é espetacular! É impressionante a forma como ela conseguiu se transpor para uma jovem garotinha e relatar todas as percepções da idade. É um livro muito triste, pois a injustiça cometida é bastante clara e temos que aceitar que, infelizmente, foram os fatos. É dolorido, mas vele a pena.

      Bjs

      Excluir
  4. Esse livro é maravilhoso e o segundo está à caminhooooo!!!
    Acho que o segundo será tão bom quanto! Essa história é super tocante e acho que todos deveriam ler este livro em algum momento da vida.

    ResponderExcluir
  5. Já ouvi falar muito do livro e não sabia do que se tratava. Só de ler a sinopse já fiquei querendo ler. Amo livros que falam sobre preconceito de qualquer tipo, de coisas que ocorrem na sociedade, coisas ruins, pois acho que esses livros ajudam muito na conscientização das pessoas, esse livro principalmente, já que a época em que se passa o racismo era grande, bem grande mesmo. Com certeza vou ler, preciso ler urgentemente!!! Bjus.

    ResponderExcluir
  6. Eu estou doida pra ler esse livro. Parece ser muito bom.
    Eu o assunto dele muito interessante, e confesso que nunca li nenhum livro que tratava do preconceito racial. O livro parece ser bem tocante mesmo, e espero ler ele logo e também gostar dele :)
    Beijos!

    ResponderExcluir
  7. Oiee
    É tão bom quando encontramos um livro com esse nível de desenvoltura.Algumas cenas devem dar muita raiva por como as pessoas se comportam e julgam as outros por motivos descabíveis.Espero poder ler esse livro mas por enquanto vou ficar só na vontade mesmo pois achei meio caro.

    ResponderExcluir
  8. Mari!
    Gostaria de ler o livro porque assisti um filme com a mesma temática e acho que foi baseado nele, embora não seja narrado pelo garoto.
    O preconceito realmente é atemporal, infelizmente!
    “A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda.”(Mario Quintana)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    Participe no nosso Top Comentarista!

    ResponderExcluir

* Deixe seu comentário e me faça feliz :D
* Se você tem um blog, não esqueça de deixar o link.