29 de janeiro de 2014

RESENHA: ESTAVA ESCRITO - Gunnar Staalesen (Ed. Vertigo)



Oi, gentes.

Hoje vou falar sobre ESTAVA ESCRITO, do GUNNAR STAALESEN, mais um livro lançado pela VERTIGO, um selo dedicado exclusivamente aos policiais e que entrou nas minhas metas literárias de 2014. A meta: ler todos os livros lançados pela editora no ano passado e os futuros lançamentos.

Estava EscritoESTAVA ESCRITO
GUNNAR STAALESEN
Editora: VERTIGO                                  
Ano: 2013                  
Nº págs: 352
Gênero: Policial

SINOPSE: As aventuras do detetive Varg Veum o levam a um mundo obscuro, em que adolescentes privilegiados são atraídos para as drogas e a prostituição. E a situação fica ainda pior quando o juiz local é encontrado morto em um hotel de luxo, usando lingerie, e pais desesperados imploram para que Veum encontre uma garota desaparecida. No rastro das pistas que encontra, Veum percebe que precisa seguir com suas investigações no impiedoso submundo de Bergen, na Noruega. O que era, a princípio, uma investigação de rotina, torna-se um jogo extremamente perigoso e eletrizante, que o detetive precisará resolver em uma corrida contra o tempo…


ESTAVA ESCRITO foi um livro que me surpreendeu bastante, isso porque o livro começou bastante fraco e pensei que não teria força para dar uma guinada e tornar-se uma leitura muito interessante, mas me enganei (ainda bem), e fui sugada para uma narrativa maravilhosa.

Digo que o livro começou fraco por uma questão de estar habituada com longas descrições nos livros policiais. GUNNAR optou por um início mais veloz, sem tanta caracterização e com muitos diálogos, o que, a meu ver, fez com que a narrativa parecesse bastante rasa. Contudo, depois de inserida as informações principais, o primeiro assassinato e o desaparecimento, a obra ganhou uma nova perspectiva. Os diálogos não foram minguando, longe disso, ele está presente em todas as páginas, tornando a leitura bastante rápida, mas houve um pouco mais de descrição de lugares, pessoas, fatos e situações.

A princípio também achei o assunto chave: drogas e prostituição, bastante corriqueiro, mas GUNNAR foi bem feliz em trazer à tona os assuntos com algumas singularidades, que foram bem elaboradas e bem trabalhadas.

Para mim, uma coisa muito importante nos livros policiais é a pessoa que desvenda o crime. Investigador, detetive, comissário, não importa, esse “carinha” tem que ser alguém que ganha o leitor. Varg Veum, detetive criado por GUNNAR, não foi o melhor exemplo de detetive que já encontrei, mas também não foi o pior. Como logo de cara tudo no início de ESTAVA ESCRITO me desagradou e foi me conquistando gradativamente, assim também foi minha relação com Veum, a princípio ele me pareceu um tolo perdido em um mar de informações, mas depois o vi como alguém bastante sagaz e competente, principalmente para enxergar nas entrelinhas.

O esclarecimento final me deixou estarrecida. Em momento algum suspeitei do culpado muito menos das motivações e o que o levou a cometer o assassinato. Quando revelado fiquei de boca aberta!


ESTAVA ESCRITO foi um livro surpreendente, pois começou nitidamente chocho, e ganhou uma força inimaginável. Adorei! Super recomendo!





28 de janeiro de 2014

RESENHA: 9º JULGAMENTO - James Patterson (Ed. Arqueiro)



Bom dia, pessoal!

É com imensa felicidade que hoje vou falar sobre 9º JULGAMENTO, último livro do JAMES PATTERSON lançado pela editora ARQUEIRO.

9º Julgamento9º JULGAMENTO
JAMES PATTERSON e MAXINE PAETRO
Editora: ARQUEIRO                                  
Ano: 2014                  
Nº págs: 192
Gênero: Policial

SINOPSE: Um maníaco impiedoso. Uma jovem mãe e seu bebê são cruelmente mortos dentro do estacionamento de um shopping. Sem testemunhas ou indícios da identidade do assassino, só resta à sargento Lindsay Boxer e ao seu parceiro, Rich Conklin, uma única pista: três letras escritas com batom vermelho no para-brisa do carro das vítimas.
Um assalto sangrento. Em outro canto da cidade, a esposa de um astro de cinema é acordada por um ladrão que está fugindo com milhões de dólares em joias e pedras preciosas. Antes de conseguir chamar a polícia, ela é friamente assassinada e São Francisco fica em estado de histeria.
A morte está próxima. Lindsay é convocada para o novo caso e tenta conciliar as duas investigações e o noivado com Joe Molinari, sempre afetado por seu relacionamento íntimo com Conklin. Em meio a toda a adrenalina, a sargento é obrigada a colocar a própria vida em risco para salvar a cidade antes que a lista de vítimas aumente.

Quem acompanha o blog sabe que gosto muito do PATTERSON, mas que tive uma decepção gigantesca com FELIZ NATAL, ALEX CROSS. Depois dessa leitura fiquei até com receio de ler mais alguma coisa do autor, pois foi um livro realmente péssimo; o segundo pior dele, em minha opinião. Porém, como acompanho todas as séries do autor lançadas no país, não poderia deixar de conferir 9º JULGAMENTO, mesmo porque a série CLUBE DAS MULHERES CONTRA O CRIME é uma de minhas preferidas.

Neste volume, a sargento Boxer corre para prender um frio assassino que mata mães e bebês. Ele não tem pudor em matar e não tem dó nem piedade das vítimas. Ao mesmo tempo, a esposa de um grande astro de Hollywood é encontrada assassinada, e não bastando, há um ladrão de joias, apelidado de Hello Kitty, que está fazendo uma verdadeira limpa na casa dos mais endinheirados. Como se tudo isso já não fosse trabalho suficiente para a sargento, ela ainda tem que pensar em seu casamento com Joe.

Como disse lá em cima, após ter achado que PATTERSON perdeu a mão em FELIZ NATAL, ALEX CROSS, o autor me surpreendeu de forma magnífica com 9º JULGAMENTO. Primeiro aspecto que idolatrei no livro foi a falta de suspense. É, pode parecer estanho, mas funcionou muitíssimo bem. Não temos o jogo de gato e rato, a tentativa de descobrir criminosos e assassinos, pelo contrário, enquanto acompanhamos as investigações de Lindsay, vamos tendo os passos de cada um dos assassinos e do ladrão de joias, o que nos faz ter uma perspectiva da história por todos os ângulos e ter um prazer imenso ao acompanhar os suspeitos em suas declarações à polícia, isso porque, como já sabemos quem são, podemos ver suas mentiras, os pontos em que se perdem, os detalhes que desnecessários e inexistentes que criam, e até as palavras que usam para convencer a polícia de sua inocência. Isso foi um diferencial no livro e foi algo que apreciei bastante. Foi maravilhoso acompanhar a perseguição aos culpados, e igualmente prazeroso vê-los em ação e reação.

Outro ponto que enriqueceu a narrativa foi a conexão dos enredos. Em alguns livros do PATTERSON encontramos histórias paralelas que não se conectam, o que faz parecer que a narrativa circula sem um eixo. A gente lê fazendo conjecturas de como os enredos irão se ligar e eles simplesmente terminam sem se colidirem, o que algumas vezes faz com que eu me sinta idiota por ficar tentando descobrir mil explicações inexistentes. Mas em 9º JULGAMENTO tudo se conecta de forma PERFEITA! As três histórias se ligam e se mesclam, tornando o livro incrível e os personagens fascinantes.


Adorei esse 9º volume da série e digo que foi um dos melhores. Obviamente, esse é mais um livro do PATTERSON que ele escreveu em parceria, dessa vez com MAXINE PAETRO, com quem compartilha toda a série CLUBE DAS MULHERES CONTRA O CRIME, e não sei não, mas começo a acreditar que o sucesso da série se deve a essa mulher, pois ainda não vi os autores perderem a mão na série, enquanto que em ALEX CROSS... PATTERSON do céu... Arrume um colaborador (urgente!). 


27 de janeiro de 2014

RESENHA: O ÚLTIMO HOMEM BOM - A.J. Kazinski (Ed. Tordesilhas)



Oi, gente!

Vou começar a semana falando do gênero que mais gosto: suspense policial. Recebi de parceria com a editora TORDESILHAS o livro O ÚLTIMO HOMEM BOM, da dupla A.J. KAZINSKI (sim, A. e J. são abreviaturas de dois autores).

O Último Homem BomO ÚLTIMO HOMEM BOM
A.J. KAZINSKI
Editora: TORDESILHAS                                  
Ano: 2013                  
Nº págs: 480
Gênero: Suspense, Policial

SINOPSE: Em Pequim, um monge cai morto em sua cela. Uma marca terrível e desconhecida cobre-lhe as costas. Em Mumbai, um economista adorado por ajudar os pobres morre de forma repentina. Seu cadáver ostenta a mesma marca. Ao redor do mundo, há relatos de mortes semelhantes – e todas as vítimas eram humanitários. Em Veneza, um policial dedicado lança pela Interpol um alerta para a polícia das principais capitais do mundo: encontrem as pessoas boas do seu país e digam-lhes o que está acontecendo. Em Copenhague, onde estava para ser realizada a Conferência Mundial sobre o Clima, a tarefa é entregue ao detetive Niels Bentzon. Treinado para enxergar o pior da humanidade, a princípio ele não é bem-sucedido em sua busca. Quando já estava quase desistindo, conhece Hannah Lund, uma cientista brilhante que o ajuda a juntar as peças do quebra-cabeça: segundo as escrituras judaicas, a cada geração existem na terra 36 pessoas boas, ou “justas”. Sua função é protege-los, e sem elas a humanidade pereceria. Trinta e quatro estavam mortas e era preciso encontrar as outras duas.

Ao ler a sinopse fui imediatamente atraída pelo livro. Adoro esses suspenses que envolvem caçada, descobrimentos fantásticos, ciência, e principalmente, religião. Sabendo que O ÚLTIMO HOMEM BOM teria todas essas características, sabia que iria adorá-lo, e foi exatamente isso que aconteceu.

O enredo é fabuloso. Achei incrível a ideia de os autores buscarem como núcleo principal da trama a história sobre os 36 homens justos, melhor ainda trabalhar em cima do assassinato desses homens e criar uma história muito rica e convincente em cima das razões das mortes deles.

Mesmo tendo um enredo fabuloso, cheio de reviravoltas, com muita explicação científica e pitadas de religião, o que mais chama atenção em O ÚLTIMO HOMEM BOM são os protagonistas: Tommaso, investigador italiano, que é quem começa a estranhar as mortes dos justos, e Niels, o investigador dinamarquês, o único que dá credibilidade à investigação de Tommaso. É muito prazeroso acompanhar a dinâmica desses dois investigadores que além de estarem em pontos distintos do globo, não falam nenhuma língua em comum e morrem de medo de viajar.

A história demora um pouco para alavancar, pois primeiro é mostrado as descobertas de Tommaso e a falta de credibilidade que ele sofre. O investigador italiano acredita que a morte de pessoas ao redor do globo, sempre com uma marca nas costas, tem algum significado e estão interligadas, e enquanto ganha a dúvida de todos de seu departamento, é apenas Niels, depois de passar por algumas situações estranhas, que acredita no colega e resolve fazer uma investigação mais a fundo. Para isso, ele conta com Hannah, uma personagem brilhante e inteligentíssima que nos deixa embasbacados com seu conhecimento.

Nessa corrida contra o tempo para evitar a morte dos dois últimos homens justos, os personagens vão se deparando com os mais diversos assuntos: de mitos a verdades, de religião à ciência, mas, o que mais chamou minha atenção foi quando o tema do terrorismo foi abordado.

Quem acompanha o blog já deve ter lido algumas resenhas em que falo que odeio livros que abordam o terrorismo e o mundo Árabe. Detesto os nomes complicados, as mil “facções” existentes e as confusas explicações. Quando O ÚLTIMO HOMEM BOM caminhou para essa esfera fiquei arrepiada, estava gostando tanto do livro e ao ver o assunto do terrorismo vindo à tona estava pronta para abandonar a leitura, contudo, fui totalmente surpreendida pela dupla de autores. Poucos nomes complicados foram citados e as explicações foram bastante detalhadas e completamente compreensíveis, o quê me fez imaginar se acabo por não gostar dos livros americanos que abordam o assunto por achá-los com explicações demasiadas complicadas, enquanto que os dinamarqueses fizeram tudo para simplificar e deixar tudo bastante acessível. Isso foi uma das coisas que mais me surpreendeu, mesmo tratando de terrorismo e de alguns aspectos do mundo Árabe, O ÚLTIMO HOMEM BOM continuou sendo um livro excelente e que em momento algum me fez sentir vontade de parar a leitura. Pelo contrário, os autores dosaram isso de uma forma tão magnífica que a cada página só me sentia mais e mais instigada.

Como disse, o livro aborda diversos assuntos, mas achei que no final, quando os autores abordam o tema da experiência de quase morte, se perderam um pouco. Não que o assunto não tenha sido bem trabalhado, pois tudo no livro é maravilhosamente bem explanado, mas simplesmente achei um pouco forçado.

Achei também que poderia haver uma maior profundidade ao falar das relações familiares e amorosas dos investigadores, fala-se bastante sobre isso, mas senti que ficou faltando mais, contudo, como um outro livro da dupla vem aí, creio que teremos mais explicações sobre essas relações.


O ÚLTIMO HOMEM BOM é um livro fantástico, que me fascinou ao extremo por ter misturado um tema que detesto e mesmo assim conseguir fazer com que eu amasse o enredo e cada mínimo detalhe que foi apresentado. Adorei, adorei, adorei! Leiam para ontem! 



CAIXA DE CORREIO #133



Bom dia, pessoal!

Confiram o que chegou na última semana:


Da ARQUEIRO recebi LUA VERMELHA, que já tinha recebido, portanto, esse fica para a promo de aniversário em fevereiro. Também recebi 9º JULGAMENTO do PATTERSON. AMEI! Depois da decepção com FELIZ NATAL, ALEX CROSS, tive uma maravilhosa leitura com 9º JULGAMENTO. Em breve posto a resenha.
A ARQUEIRO também enviou calendário e marcadores. Amei o calendário, estava precisando MUITO! *_*



Da OBJETIVA recebi AMOR VERÍSSIMO, do leu amado e idolatrado VERÍSSIMO. Já li e a resenha sai em breve. Muito amor por esse homem! <3

A GERAÇÃO EDITORIAL enviou O SEGREDO DE ELLA E MICHA. A principio me interessei pelo livro, depois, quando descobri que era NA não tive tanta vontade de ler, e quando resolvi ler me decepcionei. Não tem jeito, não vou com a cara do gênero. L



Pelo NC POINTS da NOVO CONCEITO finalmente recebi meu DENTE POR DENTE <3 que foi uma leitura incrível e surpreendente. Que final! Fiquei BESTA! Também recebi PRÍNCIPE DA NOITE, que pretendo ler em breve.
Além disso, veio a caneca I <3 Dorks e a sombrinha, que ganhei na resenha premiada.



De trocas pelo Skoob finalmente consegui CRIANÇA 44 sem ser em edição de bolso e o famoso O QUE ACONTECEU COM O ADEUS da Sarah Dessen. Ela é mais uma autora que coleciono, mas que nunca li nenhum livro dela ¬¬ Mas são tantos os blogueiros que falam bem, que tenho certeza que vou amar quando ler.


E vocês, o que andaram lendo, recebendo, comprando e trocando?

24 de janeiro de 2014

RESENHA: SOCIEDADE DOS MENINOS GÊNIOS - Lev Ac Rosen (Ed. Novo Conceito)



Boa tarde, pessoal.

Finalzinho de dezembro recebi de surpresa da NOVO CONCEITO os livros de janeiro, e comecei pelo que me pareceu mais interessante: SOCIEDADE DOS MENINOS GÊNIOS, do LEV AC ROSEN.

Sociedade dos Meninos GêniosSOCIEDADE DOS MENINOS GÊNIOS
LEV AC ROSEN
Editora: NOVO CONCEITO                                 
Ano: 2014                  
Nº págs: 544
Gênero: Steampunk

SINOPSE: Chantagem, mistério, confusões de gênero, coelhos falantes e um assassino autômato: mergulhe na trajetória de Violet Adams, que assume a identidade de seu irmão gêmeo para conseguir uma vaga na mais prestigiada universidade de Londres, que é exclusiva para meninos. Inspirado em clássicos como Noite de reis, de Shakespeare, e A importância de ser honesto, de Oscar Wilde, SOCIEDADE DOS MENINOS GÊNIOS traça um retrato pitoresco e provocativo da aristocracia vitoriana, oferecendo diversão, aventura e uma reflexão bem-humorada sobre a questão do gênero.

Desde que a NOVO CONCEITO anunciou que lançaria SOCIEDADE DOS MENINOS GÊNIOS, fiquei interessada na leitura, mas após ter abandonado a leitura do ultimo steampunk, fiquei receosa de acontecer o mesmo, contudo, o livro mostrou-se brilhante, me conquistou completamente e garantiu horas de prazer absoluto e extremo. Bom, já devia ter imaginado que um livro que mescla Noite de Reis de Shakespeare, e algumas obras de Oscar Wilde jamais desapontaria.

Creio que todo mundo conhece NOITE DE REIS do SHAKESPEARE, pois temos diversos materiais que remetem a essa história, como o maravilhoso VERÍSSIMO e seu A DÉCIMA SEGUNDA NOITE, ou o conhecidíssimo filme com Amanda Bynes: ELA É O CARA.

Gostei MUITO, mas muito mesmo, da forma como ROSEN explorou a troca dos irmãos gêmeos. A princípio, lembrei bastante do filme, em que a atriz Amanda Bynes passa-se pelo irmão gêmeo para entrar em uma faculdade que oferece bolsa de estudo para jogadores de futebol. Em SOCIEDADE DOS MENINOS GÊNIOS, Violet também deseja ir para a universidade, mas uma universidade que forma verdadeiro gênios, pois ali todos vivem pela e para ciência.

Violet é uma mulher a frente de seu tempo, envolta com a ciência, maquinários, e com o dom de inventar. É através dela e de sua passagem pela universidade que o autor mergulha de forma magnânima na onda das invencionices do steampunk. As criações da garota são fabulosas e extremamente bem detalhadas, o que nos faz ficar colocando esses mínimos detalhes no objeto que imaginamos em nossa cabeça. Além disso, a personagem é engraçada, cheia de dar tiradas e tem sempre resposta inteligente quando questionada. Mesmo se passando por homem, conseguimos enxergar seu lado delicado de mulher e a paixão que aflora em seu coração. Aliás, com a troca de identidade, assim como acontece em NOITE DE REIS, muita confusão a respeito dos assuntos do coração é gerada em SOCIEDADE DOS MENINOS GÊNIOS.

O romance que envolve os muitos personagens da trama são deliciosos de acompanhar, e muitas vezes me causaram mais prazer do que as invencionices ou até mesmo que a trama maligna presente, esta sendo bastante interessante e empolgante. É impossível soltar o livro cada vez que os personagens se veem nos confusos caminhos do porão ou que encontram autômatos do mal que estão dispostos a matar. A ação e aventura dão um ritmo fantástico a narrativa, fazendo com que, apesar de ser um livro grande, em momento algum se torne cansativo, enfadonho ou desinteressante. E isso foi uma coisa que adorei, não existe um parágrafo se quer que podemos considerar dispensável. Tudo é extremamente importante e interessante. O vilão é um personagem fantástico, daqueles que desde o primeiro minuto que aparece na trama odiamos, mas que sabemos que a história não seria tão rica sem a figura dele.

Claro que não posso deixar de comentar sobre o irmão de Violet, Ashton. O rapaz é dado às artes e é um dândi, assim como Dorian Gray, personagem de O RETRATO DE DORIAN GRAY do OSCAR WILDE. Apesar de o livro ter A IMPORTÂNCIA DE SER HONESTO do WILDE como inspiração, muito de Dorian pode ser visto na figura de Ashton, sem as partes ruins de Grey, claro, pois Ashton é um rapaz encantador, que sempre apóia a irmã, sempre a ajuda e tem um coração enorme. Na trama ele vive uma intensa e tórrida história de amor, que nos enche de prazer com a leitura, tamanha delicadeza que o autor teve ao tratar dessa relação.


SOCIEDADE DOS MENINOS GÊNIOS é aquele tipo de livro capaz de agradar a grande maioria, pois apesar de ser considerado um steampunk, temos ação, aventura, romance e muito humor, esse aliás se estende aos agradecimentos do autor, que em seu primeiro parágrafo diz: “a esta altura, embora deva estar claro que sou talentoso e bonito...” ROSEN não deixou a peteca cair nem ao finalizar a história e fazer seus agradecimentos, mesmo ali, os traços fortes de sua forma de narrar se sobressaem. O livro é fantástico! Nota 1.000!



23 de janeiro de 2014

RESENHA: LUA VERMELHA - Benjamin Percy (Ed. Arqueiro)



Oi, pessoal.

Hoje vou falar sobre um livro muito foda! LUA VERMELHA, do BENJAMIN PERCY, lançado pela ARQUEIRO.

Lua VermelhaLUA VERMELHA
BENJAMIN PERCY
Editora: ARQUEIRO                                 
Ano: 2013               
Nº págs: 432
Gênero: Sobrenatural

SINOPSE: Eles vivem entre nós. São os seus vizinhos, a sua mãe, o seu namorado. Eles mudam do dia para a noite. Como toda adolescente, Claire Forrester se acha meio deslocada. Quando agentes do governo invadem sua casa e matam seus pais, ela percebe o quanto é diferente. Claire pode se transformar em uma criatura semelhante a um lobo. Ela é uma licana. Patrick Gamble entra em um avião e, horas depois, desembarca como o único sobrevivente de um ataque terrorista promovido pelos licanos. Da noite para o dia, ele vira um herói nacional: o Menino-Milagre. O governador Chase Williams jura que, se for eleito presidente, protegerá o país da ameaça que aterroriza a população. Em meio ao acirramento dos conflitos entre humanos e licanos, seu discurso intensifica a discriminação. No entanto, ele vai se tornar exatamente aquilo que prometeu destruir. Cada um a seu modo, os três estão envolvidos em uma guerra que tem sido controlada com leis, violência e drogas. Mas uma rebelião está prestes a estourar, provocando mortes e destruição e entrelaçando seus destinos para sempre. Com a chegada da noite da lua vermelha, o mundo se tornará irreconhecível. A batalha pela sobrevivência da humanidade irá começar. 

A verdade é que não tive interesse algum para ler esse livro... Até que vi mestre KING fazendo elogios a ele. Se KING indica, eu leio, claro ;) Mas confesso ter lido com o pé atrás, primeiro porque não sou fã de lobos e segundo porque não fazia ideia do que esperar do livro. 

Pensei que LUA VERMELHA seria um livro com lobisomens normais, desses que cansamos de ver e rever em filmes e livros, mas de repente me vi mergulhada em uma história com muita ação, cenas chocantes e um mundo com muitas explanações científicas para explicar o fato de existirem os lobos.

O fato é que ADORO essas narrativas que envolvem ciência, laboratórios, descobertas de genes, DNA, bactérias, etc. E essa foi uma das partes que mais me atraíram no livro, a riqueza com que PERCY descreveu os passos científicos para uma cura, ou até mesmo as explicações para a existência dos “animais” é algo que prende completamente nossa atenção. É como se estivéssemos vivendo aqueles momentos de terror e alguém estivesse nos explicando os porquês de tudo aquilo estar acontecendo.

Outro ponto bastante forte no livro são as mortes. Sadismo à parte, as mínimas descrições nos levam a ver a vítima na nossa frente sendo devorada e dilacerada. Na forma como o autor descreve, é possível imaginar os sons que o “animal” faz, e o sofrimento da vítima, consegui imaginar o banho de sangue e tantas coisas mais, que pesadelos me perseguiram durante muitas e muitas noites.

Quanto aos personagens, apesar de todos serem extremamente bem elaborados e de o autor ficar retornando ao passado para dar explicações sobre eles (coisa que adoro), nem todos ganharam minha simpatia. E não digo isso falando só dos malvados, não. Personagens do bem, que faziam papel de mocinhos, sejam como humanos ou como lupinos, não caíram nas minhas graças. Confesso ter sido totalmente sem motivo, mas sabe quando a gente implica com alguém que mal conhece e que nunca conversou? Foi exatamente assim minha relação com alguns personagens.

Mas é claro que um livro com tantos personagens (e têm MUITOS), sempre tem alguém que agrada mais que os outros, e como adoro política, o governador, Chase Williams, foi o personagem que caiu nas minhas graças. Ele não é o político bonzinho, não tenta parecer correto e não se preocupa em viver de aparências, pelo contrário, ele leva uma vida bastante duvidosa, cercado sexo e álcool, e acredita ter sido eleito justamente por parecer tão normal e honesto para o povo. Adorei o jeito nada hipócrita de ele pensar e suas atitudes. O personagem ganha ainda mais força quando um fato modifica toda sua situação, e aí o desenvolvimento que PERCY deu ao personagem deixou-o ainda mais interessante.


O legal de LUA VERMELHA são as riquezas de detalhes, que nos permitem imaginar cada cena por mais singular que ela pareça. Na minha cabeça deu um filme excelente, espero que na de algum produtor de Hollywood também. Recomendadíssimo!



22 de janeiro de 2014

RESENHA: O LIVRO DOS PRAZERES PROIBIDOS - Federico Andahazi (Ed. Bertrand Brasil)



Oi, gente!

A resenha de hoje é sobre O LIVRO DOS PRAZERES PROIBIDOS, do FEDERICO ANDAHAZI, lançado pela BERTRAND BRASIL.

O Livro dos Prazeres ProibidosO LIVRO DOS PRAZERES PROIBIDOS
FEDERICO ANDAHAZI
Editora: BERTRAND BRASIL                                 
Ano: 2013                  
Nº págs: 294
Gênero: Romance Histórico, Suspense

SINOPSE: Em 1455, a cidade de Mainz, na Alemanha, está em polvorosa. Não bastassem as revoltas populares tão comuns à época, Johannes Gutenberg, o inventor da prensa, está sendo acusado de comercializar livros clandestinos, de roubar e de praticar bruxaria e satanismo juntamente com seus parceiros comerciais, Johann Fust e Petrus Schöffer. Sigfrido de Maguntia, o promotor do caso, é considerado o maior copista de seu tempo e tem um interesse especial, já que a Bíblia que os réus copiaram foi originalmente escrita por ele próprio.
Ao mesmo tempo, o terror se espalha pela cidade, em especial no Mosteiro da Sagrada Canastra, um bordel de luxo às margens do rio Reno cujas prostitutas são adeptas das práticas dos “prazeres proibidos”. O motivo: um assassino anda à solta. Suas vítimas: invariavelmente, as prostitutas do bordel, que são mortas com brutalidade e têm as peles meticulosamente arrancadas. O burburinho comum do local dá lugar ao silêncio. Tão acostumados a visitar as “adoradoras da Sagrada Canastra” – e a praticar seus rituais bem peculiares –, os homens da cidade estão trancafiados em suas casas, assim como as prostitutas.


Quando o livro foi lançado pela BERTRAND fiquei bastante curiosa: romance histórico + suspense + assassinato? Claro que iria para minha lista de desejados! Mesmo sabendo que o livro teria uma pitada hot (gênero que não gosto), estava disposta a conhecer o universo que ANDAHAZI havia criado para seu assassino e para o julgamento de Gutenberg. Contudo, quando tive o livro em mãos, fiquei MUITO receosa com a leitura, pois a capa traz a impressão que a revista Notícias, de Buenos Aires, teve sobre o livro: “A incursão mais audaz de Federico Andahazi pelo relato erótico”. Nessa hora fiquei com imenso medo de ler O LIVRO DOS PRAZERES PROIBIDOS, pois achei que estaria lendo um erótico disfarçado. Foi com um tremendo medo que comecei a ler e acabei me surpreendendo com o tanto que gostei da história.

De um lado temos Gutenberg e dois amigos sendo acusados de comercializar livros clandestinos. Do outro, temos um terrível assassino que mata as prostitutas do Mosteiro (?!) da Sagrada Canastra.

Ao iniciar a leitura, tinha certeza que ficaria apaixonada pela parte do relato sobre Gutenberg. ANDAHAZI foi bastante prolixo em criar a riqueza dos detalhes, em falar da infância e familiares do inventor e ao expor as razões pelas quais ele estava sendo acusado. Quando achei que o autor iria abordar apenas o fato de Gutemberg ser um copista, fui surpreendida ao ver que o inventor também fora acusado de bruxaria, ocultismo e de mexer com o satânico, o que me agradou ao extremo, pois acho interessantíssimo ver como era o  pensamento das pessoas daquela época em relação ao diferente, sobre as coisas que elas não podiam explicar. Porém, ao mesmo tempo em que encontrei imenso prazer na leitura, algumas vezes fiquei entediada, principalmente com Sigfrido, que é quem acusa os rapazes. No começo as falas do personagem até pareceram interessantes, mas depois ficaram maçantes e repetitivas. Eu lia, lia, lia e parecia que ele estava em dezenas de páginas falando sempre a mesma coisa, me dando a sensação de não sair do lugar.

Quanto aos assassinatos acontecidos no prostíbulo... Que tremenda surpresa eu tive! O início já me fisgou logo de cara, pois temos a cena em que uma das moças é assassinada e tem sua pele arrancada. Fui a loucura ao ler que o assassino, depois de escalpelar a moça, se envolveu na pele (!!) Mas, depois disso, fiquei com medo da leitura, pois tinha receio de que a qualquer momento a narrativa fosse para o gênero erótico e me desapontasse. Mas fiquei felicíssima ao ver que isso não aconteceu, pelo contrário, o erótico é contado de forma bastante crua e em muitas partes me fez rir, como quando Ulva, a putas das putas (palavras do livro), que é a “dona” do bordel, explica para suas pupilas como deve ser feito o sexo oral. ANDAHAZI escolhe muito bem as palavras para descrever tais passagens, ora nos deixa curiosos sobre como o “sexo é aplicado” no bordel, ora nos deixa com um sorrisinho malandro nos lábios, e ora faz com que seja impossível segurar as risadas, principalmente no que concerne a Ulva e seus atributos físicos. Aliás, Ulva é uma personagem fantástica, daquelas que nos faz passar por diversos sentimentos e sensações. Ela nos faz rir com muitas de suas falas e atitudes, mas também provoca reflexão no leitor, e principalmente, nos instiga a saber mais sobre O Livro dos Prazeres Proibidos e a seita que o protege.

Mas, uma coisa que me desagradou bastante na leitura, e não posso deixar de apontá-la aqui, foi a demora para que as histórias se conectassem. Obviamente, quando pegamos um livro que traz duas abordagens tão diversificadas, ficamos imaginando quando e como elas vão convergir, e foram muitas e muitas páginas a espera de que isso acontecesse. Parecia que ANDAHAZI não ia fazer uma conexão entre as histórias e que ficaríamos com a eterna sensação de estar lendo dois livros com capítulos intercalados. Foi apenas no final, no final mesmo, que o livro se unificou, e isso foi uma coisa que achei que ficou faltando. Deveria ter acontecido antes.

Confesso que tive receio ao começar O LIVRO DOS PRAZERES PROIBIDOS, e achei que iria acabar torcendo o nariz para o livro, mas me surpreendi com a narrativa e a considerei bastante envolvente. Bem diferente do que imaginava, é verdade, e foi por isso mesmo achei tão fascinante, mesmo encontrando alguns pontos negativos. Recomendo ;)