7 de julho de 2011

RESENHA: A GUARDIÃ DA MINHA IRMÃ - Jodi Picoult (Verus)




Boa tarde queridos.

Hoje vou falar um pouquinho de um livro extremamente forte e polêmico: A GUARDIÃ DA MINHA IRMÃ da Jodi Picoult (Ed. Verus – selo da Record).

Quando a Luiza (da Ed. Record) perguntou se eu gostaria de resenhar o livro, fiquei bastante interessada, pois descobri que o filme UMA PROVA DE AMOR foi baseado nesse livro.

Eu sabia que a leitura me faria chorar, sofrer, ter opiniões, talvez contrárias de algumas pessoas, sabia que passaria por alguns momentos de choque, tristeza profunda e até julgaria algumas personagens, mas nunca, em momento algum, pensei que o livro me surpreenderia, afinal, já havia assistido ao filme.

Logo no início percebi que estava enganada. Jodi me surpreendeu  por narrar toda sua história em primeira pessoa. Não em primeira pessoa apenas do ponto de vista de um personagem, mas é magistral a forma como ela se coloca no lugar das sete grandes personagens que tem no livro para expor suas dúvidas, medos, angústias, passado e principalmente, para desnudar para gente os pensamentos que tiveram por toda uma vida. Esta foi sem dúvida a maior e melhor surpresa. E para mim, que adoro livros em primeira pessoa, foi simplesmente um deleite ler esse livro.

A GUARDIà DA MINHA IRMà                     conta a história da família Fitzgerald que luta para combater a rara leucemia da filha Kate. Ela tem poucas chances de encontrar um doador completamente compatível, e então seus pais resolvem conceber um bebê sobre medida: Anna.

Assim que nasce, Anna doa o sangue de seu cordão umbilical para Kate. Por um tempo ela fica boa e a família consegue ter uma vida normal, mas após alguns anos a doença volta e Kate precisa de novas doações: de sangue, tecidos, etc. E sua doadora é sempre Anna. Por 13 anos Anna vai “perdendo” partes de seu corpo para salvar a vida de sua irmã. Até que Kate se vê em um estado bastante crítico e Anna precisa doar um de seus rins para a irmã. Mas ela só tem 13 anos, e a falta do órgão pode prejudicá-la também. E os médicos nem podem garantir se Kate sobreviveria à cirurgia.

Então, Anna procura um advogado e processa seus pais para obter emancipação médica, afinal, nunca ninguém havia lhe perguntado se ela gostaria de ser a doadora desse rim.

É a partir daí que a história começa a se desenvolver. Passamos a conhecer o passado, presente e pensamento de cada uma das personagens, e então, é claro que fica impossível não tomar algum partido. Talvez minha opinião seja contrária a de muitos, mas não acredito que seja certo “mutilar” um filho em benefício de outro, uma vez que suas chances de sobrevivência são mínimas.

Achei a mãe das meninas uma excelente mãe, mas para Kate. Seus outros dois filhos são tristes e infelizes e ela parece se quer ter noção disso, pois está ocupada demais em salvar sua outra filha. É como se os outros dois filhos vivessem com as migalhas do amor e atenção que ela podia dar, como se fossem fantasmas nas sombras.

No entanto, compreendo o sofrimento dessa mãe. Sei o quanto é difícil ver alguém querido ir morrendo aos poucos por causa dessa doença. Passei por isso duas vezes, e nas duas pensei que o câncer mata mais a família do que o próprio doente. A gente vê uma família se descabelar, sofrer e se desestruturar, e claro que todo mundo morre um pouco junto. Mas o que me machucou em relação à mãe das meninas, é que, apesar de entender seu LADO MÃE de querer salvar uma de suas filhas, ela fazia isso em detrimento do bem estar da outra, demonstrando, não sua preferência por uma das filhas, mas que Anna havia vindo ao mundo apenas para salvar Kate, não para ser amada, não para ser filha, pois em momento algum essa mãe se pergunta sobre a saúde de Anna, sobre os procedimentos que ela sofreu, sobre a vida dessa filha. Ela só se faz esses questionamentos após ser processada.

Como disse no início, o livro é bastante polêmico e chocante. A narrativa e a forma de narrar de Jodi Picoult é singular e fantástica. O final do livro, bastante diferente do filme, é completamente surpreendente, o que me fez passar bem uns 40 min. chorando.

A GUARDIÃ DA MINHA IRMÃ foi, sem dúvida, um dos melhores livros que já li. Um livro que me emocionou do começo ao fim e que fez com que eu me identificasse com muitas de suas passagens.  Um livro para ser lido e refletido. Um livro que toca fundo na alma de qualquer leitor.

FICHA DO LIVRO


A GUARDIÃ DA MINHA IRMÃ
JODI PICOULT
               Ano: 2011                    
Editora: VERUS 
Nº págs: 433
Gênero: Drama

Cortesia da editora para resenha.


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