RESENHA: THE 100: OS ESCOLHIDOS - Kass Morgan (Ed. Galera Record)

Oi, gentes!

A resenha de hoje é sobre mais um lançamento da GALERA RECORD: THE 100: OS ESCOLHIDOS da KASS MORGAN.

THE 100: OS ESCOLHIDOS (Vol.1)

KASS MORGAN

Série: The 100

Editora: GALERA RECORD              

Ano: 2014                  

Nº págs: 288

Gênero: Distopia

 SINOPSE: Desde a terrível guerra nuclear que assolou a Terra, a humanidade passou a viver em espaçonaves a milhares de quilômetros de seu planeta natal. Mas com uma população em crescimento e recursos se tornando escassos, governantes sabem que devem encontrar uma solução. Cem delinquentes juvenis — considerados gastos inúteis para a sociedade restrita — serão mandados em uma missão extremamente perigosa: recolonizar a Terra. Essa poderá ser a segunda chance da vida deles... ou uma missão suicida.

  

Iniciei o ano de 2014 decidida a não começar a ler novas séries. São tantas as que acompanho, que me vejo inundada de primeiros volumes e de sequências que demoram eternidades para sair, e acabo ficando meio furiosa de ver que praticamente nenhuma delas chega ao fim. Contudo, faz alguns dias, abri exceção para a série O TESTE, e como adoro distopias e li muitas resenhas para THE 100: OS ESCOLHIDOS, resolvi que iria abrir exceção a ele também, ou seja, o planejamento de não iniciar novas séries já afundou. Mas admito que o principal motivo de ter solicitado THE 100 para resenhar foi a quantidade absurda de resenhas positivas e negativas que li sobre o livro. Foram tantas opiniões diferentes, que minha curiosidade e vontade de ler o livro atingiu níveis alarmantes. Agora, depois de ter lido, sei que faço parte da turma dos que gostaram. E de fato gostei bastante, mais do que imaginava.

Quando falamos de distopias, uma certa formulazinha já vem a nossa mente: a devastação do planeta é o foco principal. Adoro acompanhar o que cada autor cria para mostrar como nosso planeta se deteriorou e como a humanidade vive em situação precária desde então. Acho fascinante a divisão das pessoas por colônias, distritos, facções, etc. Gosto de acompanhar a luta dessas pessoas por sobrevivência e fico obcecada para chegar logo ao fim, para poder ver tudo o que o autor criou e explorou nesse seu universo distópico; e uma das coisas que me levaram a realmente apreciar THE 100 é que MORGAN optou por apresentar um primeiro volume bastante diferente dessa fórmula.

Em OS ESCOLHIDOS, o foco principal são as pessoas e suas relações pessoais. A autora narra a história através da perspectiva de quatro personagens, todos eles envolvidos com outras pessoas e com algum tipo de ligação entre si. Obviamente, ela explora a falta de recursos, mas não de forma já conhecida, aliás, essa diferença também me chamou atenção, pois a princípio os protagonistas não estão em nosso planeta, que encontra-se totalmente devastado, mas sim em uma nave, no espaço, que abriga determinada quantidade de pessoas. Quando o nível de população permitido e alguns outros problemas assolam essa nave, é hora de mandar alguém verificar a situação da Terra para ver se depois de três séculos ela já se tornou novamente habitável. Achei essa perspectiva interessantíssima e o livro me conquistou. Claro que senti falta de maior aprofundamento sobre a vida na nave, os recursos que tinham lá, o que faltava, o cenário como um todo, igualmente, senti falta dessas descrições todas quando os personagens chegaram à Terra, um planeta “inexplorado” que poderia ter rendido páginas e mais páginas do estado em que se encontrava, do que tinha deixado de existir e o que era possível ainda encontrar. Em vez disso, a autora optou por comentar apenas sobre o básico dos básicos e deixar diversas informações relevantes para trás, ou seja, a devastação e situação atual do globo é a história que ficou para o 2º plano nessa distopia.

Como disse lá em cima, o foco verdadeiro está nos personagens, e digo que adorei todos eles por uma razão: não há mocinhos e vilões. Gostei da construção desses protagonistas porque vamos compreendo suas histórias, suas vidas e torcendo por eles, e, de repente, descobrimos que esse personagem, que nos parecia tão nobre e grandioso em suas atitudes, esconde algum tipo de segredo e já fez alguma coisa horrível. Fui ficando meio tensa conforme fui descobrindo alguns segredos e algumas decisões que alguns deles, que haviam me ganhado por completo, haviam tomado. Algumas dessas decisões compreendi, outras me pareceram extremamente egoístas e fizeram com que ficasse decepcionada. Mas foi exatamente isso que mais gostei em THE 100, ninguém é perfeito, todos têm um desvio de caráter, e seja por si mesmos, ou por outros, estão dispostos a atos extremos. 

Senti falta de alguns aspectos comuns às distopias? Senti, não nego, mas ao mesmo tempo fiquei maravilhada por MORGAN ter sido ousada de apresentar algo bastante diferente e com perspectiva diversa da que estamos tão acostumados. Foi como sair da mesmice ao mesmo tempo em que continuava nela, por ser um gênero já conhecido. Simplesmente adorei! Com certeza uma série que vou acompanhar, tanto pelos livros quanto pela TV.

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