Bom dia galera,
Hoje trago a resenha de um livro maravilhoso que li semana passada:
A ESPOSA BÓRGIA
Livro lançado em 2007, pelo selo SUMA DE LETRAS (Ed. Objetiva) é uma deliciosa volta ao século XV. As suas 511 páginas nos revelam os fatos que cercaram a vida de uma das famílias mais famosas e cruéis da História
Livro lançado em 2007, pelo selo SUMA DE LETRAS (Ed. Objetiva) é uma deliciosa volta ao século XV. As suas 511 páginas nos revelam os fatos que cercaram a vida de uma das famílias mais famosas e cruéis da História
O enredo é contado sob a perspectiva de Sacha de Aragão, princesa de Nápoles. Antes, porém, de começar os relatos sobre sua vida na família Bórgia, Sancha conta sobre sua infância com seu adorado irmão, mãe e um pai que não demonstrava afeto por ela.
Sancha fora uma criança curiosa, inflexível e orgulhosa. Um dia, sua curiosidade a leva a conhecer os aposentos do Rei Fernando (seu avô), lugar proibido para qualquer residente do castelo por abrigar um terrível segredo: o MUSEU DOS MORTOS. Fernando mumificava seus inimigos e os guardava em uma câmara no quarto para que pudesse contemplar suas vitórias. O avô pega Sancha em seu ato e, em vez de ficar bravo, passa admirar a coragem da neta. Ao contrário do pai da moça, que passa a desprezá-la ainda mais.
Na adolescência Sancha torna-se noiva do conde Onorato Caetano, homem que a faz feliz. Para ter certeza que felicidade será duradoura Sancha busca conforto nas palavras de uma vidente:
“... Você jamais se casará com o seu Onorato (...) Casará com o filho do homem mais poderoso da Itália (...) Tome muito cuidado, Sancha, ou o seu coração destruirá tudo aquilo que você ama”. (p. 56)
A partir daí a história começa a se desenvolver e a mostrar os caminhos que Sancha vai percorrer até chegar à família Bórgia.
O casamento com um Bórgia acontece diante a oportunidade de estreitar os laços de Nápoles com o papado. O casamento, claro, é armado pelo pai e o avô de Sancha, que querem garantias de sua terra segura, pois o matrimônio protege Nápoles da cobiça do rei da França e garante o apoio da Espanha para os Bórgia.
Sancha casa-se com Jofre Bórgia, filho mais novo de Rodrigo Bórgia (papa Alexandre VI). Após o matrimônio ela vai viver com o marido em Squillace e recebe a visita de alguns parentes do esposo, começa então a ver a vida luxuriosa que os Bórgia levam.
Após algum tempo, o papa os chamam para residir no Vaticano. Lá Sancha se vê frente a uma família traiçoeira, assassina e incestuosa, mas para proteger sua vida é obrigada a manter segredos.
A própria Sancha deixa-se levar pelo clima da luxúria que ronda a família e acaba por ter um caso com seu cunhado, César. Homem que a deixa perdidamente apaixonada, mas que mostra sua verdadeira face ao longo da história, mostrando que é tão impiedoso e cruel como seu pai, o papa Alexandre VI.
A famosa Lucrécia, também filha do papa, leva uma vida infeliz e submissa perante ao pai e irmãos. É uma mulher inteligente, porém, mais que isso, é um objeto de negociação para matrimônios vantajosos, diante essa condição e com a anulação do casamento do primeiro marido, casa-se, pela segunda vez, com Afonso, irmão de Sancha.
Um livro realmente excelente e de escrita espetacular. A autora Jeanne Kalogridis explora todos os detalhes de uma família banhada a sangue e fortuna. A narrativa é permeada não apenas pelos relatos das guerras, mas também dos acontecimentos e intrigas que levaram a ela. A vida na corte, com seus famosos bailes, danças e vestidos é descrita de uma forma tão intensa que nos faz ter a sensação de estarmos vivendo o momento.
Intenso também é o relato da vida sexual das personagens. Kalogridis consegue descrever o sexo de várias maneiras e facetas, impressionando o leitor com suas palavras. Os atos sexuais cercados por amor são descritos de forma romântica e apaixonada; os estupros e incestos são narrados de forma forte e fria, com a intenção de causar choque no leitor.
A cena sexual mais impactante fica por conta de um cardeal parente de Jofre que visita o casal em Squillace. Sancha acorda no meio da noite com o grito de uma criança. Ao descer para a sala vê o marido Jofre e seus parentes em um momento de orgia. Um desses parentes está violentando um menino de apenas 9 anos. A forma como a autora descreve o ato, os sentimentos do garoto, o sentimento de normalidade do cardeal perante o que está fazendo com a criança, o sangue que escorre do menino, é desesperadora.
O livro não agrada apenas por sua qualidade narrativa e por sua riqueza de detalhes, mas também pela veracidade dos fatos. É impressionante o modo como Kalogridis conseguiu transformar fatos históricos reais em um romance perfeitamente bem elaborado e esclarecedor.
Ao final do livro, a autora apresenta uma lista de todos os fatos históricos comprovados que permearam o livro e fala da exclusão de outros que se tornariam redundantes na obra.
A Esposa Bórgia é mais que uma leitura, é uma verdadeira aula de História sobre a Europa do século XV e XVI.
Eu lembro de você comentar que estava lendo esse livro.
ResponderExcluirMas não sei se eu iria gostar :l
quem sabe um dia
Thiago
http://outroconceito.blogspot.com
Olha não é justo vc me mostrar mais um livro q parece ser maravilhoso.. e caro ahahuhahah.
ResponderExcluirAdoro livros ainda narrados assim.. me lembrou os da Philippa Gregory.. conhece? É assim tb.. ela transforma tudo em um romance incrível.. q vc ñ consegue parar de ler..
ai tomara q o menino aceite minha troca ..
quero muito ler.. e agora lendo o q escreveu ainda mais
bjs
Mais um que vai entrar pra minha lista de desejos hehe.
ResponderExcluirConfesso que não conheço muito sobre a história da famíia Bórgia, mas comecei a ver a série The Borgias e gostei, vou querer ler o livro pra conhecer mais.
Beijos