Bom dia pessoal!
Começamos mais uma semana com Segundas L&PM e hoje tem mais uma resenha da Agatha Christie. Este é o livro da autora que faltava resenhar na última leva de livros que recebi da L&PM. Na semana que vem teremos a resenha de um clássico: AS AVENTURAS DE HUCKLEBERRY FINN do Mark Twain.
Esta semana continuamos com a Agatha, mas uma Agatha diferente... Esqueça os detetives, esqueça as tramas policiais, não pensem em crimes, assassinatos, conspirações, espionagem, nada disso... Hoje vamos falar da Agatha como autora de dramas. Para enredar nesse novo estilo ela utilizou um pseudônimo: Mary Westmacott, com esse novo nome ela escreveu seis romances em que o drama é preponderante: O Conflito, O Fardo, O Gigante, Retrato Inacabado, Ausência na Primavera (já lançado pela L&PM) e o livro da resenha de hoje: FILHA É FILHA.
Escrito em 1952, FILHA É FILHA conta a história de Ann Prentice, uma viúva que há tempos é acostumada a viver apenas com a filha e a empregada. Sua filha Sarah, de 19 anos, é uma jovem que está sempre cercada de amigos e lugares para ir, por conta disso, a casa de Ann é sempre barulhenta, pois os amigos de Sarah vivem entrando e saindo. É com esses amigos que Sarah viaja para uma estação de esqui na Suíça.
Ann sente-se feliz pela filha, ao mesmo tempo em que sente um imenso e estranho vazio dentro de si. Passa a pensar no silêncio da casa e na tristeza que será ficar três semanas sem a filha. Sentindo tal angústia ela procura a amiga Laura, que lhe dá vários conselhos. Prevendo que a amiga se sentiria assim, o coronel Grant a convida para jantar com outros amigos, para ver se os pensamentos de Ann dissipam-se da filha. Nesse jantar o coronel apresenta a Ann um homem que tem uma história de vida bem triste.
No jantar Ann e esse homem demonstram interesse um pelo outro e logo se apaixonam. Ann pensa em casamento, mas quando a filha volta de viagem um ciúme enlouquecedor é despertado na garota e Ann é obrigada e escolher entra a filha e o homem que ama.
Não vou contar sobre a escolha de Ann para que o livro não perca a graça, mas adianto que a personagem muda completamente seu estilo de vida, seu jeito de agir e pensar.
Claro que gosto muito mais da Agatha como autora de romances policiais, mas seus dramas mostram uma faceta de personagens que os policiais não permitem, ou seja, a transição, a evolução pela qual a personagem vai passando conforme a narrativa avança. Acho sempre maravilhoso quando o autor modifica os traços originais de seus personagens, quando ele o faz passar por provações que o tornam uma pessoa completamente diferente do início da história. Isso é uma coisa bastante difícil de alcançar nos romances policiais, por exemplo, Poirot comporta-se da mesma forma durante toda a história, ordem e método é o seu lema. Com seus dramas Agatha faz o inverso, cria personagens densos, com um lado psicológico muito forte e que é capaz de alterar seu “modus operandi”.
A história de FILHA É FILHA talvez seja meio clichê, filhos com ciúme de um novo companheiro dos pais, mas a leitura é compensadora, pois é bastante intensa, carregada de emoções e psicologia, e claro, é Agatha Christie, o que dispensa qualquer comentário a mais.
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FICHA DO LIVRO
FILHA É FILHA
AGATHA CHRISTIE como MARY WESTMACOTT
Ano: 2011 Editora: L&PM
Nº págs: 247
Gênero: Drama
Cortesia da editora para resenha e promoção.
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