25 de abril de 2011

RESENHA & PROMOÇÃO LOLITA

Boa tarde meus queridos.

Dando sequência a promoção de LOLITA, apresento-lhes a resenha desse livro incrível e logo após as regras para participar do sorteio desse 3º exemplar.

Essa foi a terceira vez que tive oportunidade de ler LOLITA, e posso dizer que cada uma das vezes a leitura me fez reagir de forma diferente. A primeira vez, aos 16 anos, fiquei bastante chocada com o livro. Nunca havia lido algo tão forte e creio que não seja uma leitura aconselhável a essa idade. Quando reli, aos 22, tive um sentimento de revolta. Ler a história de um pedófilo condenado não é fácil, e por vezes imaginei a história como sendo suja e pesada. Nessa terceira releitura não deixei de considerar a história pesada, porém, não tão suja como acreditava ser na leitura anterior. Deixei de ver o pedófilo apenas como um devasso, e passei a enxergá-lo também como um homem com paixão obsessiva e ciúme doentio.  

 A história se inicia com Humbert Humbert colocando um ponto final a um casamento mal sucedido na França e indo para a América. Na América, aluga um cômodo na casa de Charlotte Haze. Humbert quer ficar só e em silêncio para poder escrever, mas a casa é habitada por uma doce menina de 12 anos: Dolores. 

Quando a mãe diz que vai apresentar-lhe Lô, Humbert acredita tratar-se de uma empregada, mas quando tem seus olhos na figura de Lô imediatamente sente-se atraído pela jovem figura.

Humbert passa então a escrever um diário confessando sua atração e desejo por Lô. De modo sutil, faz o que pode para aproximar-se da menina, tencionando que ela o olhe e também o deseje. No entanto, é Charlotte quem passa a desejá-lo. Ansiosa por se casar, ela começa a agradar Humbert e faz-se sempre presente, o que acaba unindo-os em matrimônio.

Agora Humbert é padrasto do seu grande amor, e mesmo assim não consegue ver Lô apenas como uma filha. Quando Charlotte encontra o diário do marido e descobre sua intensa paixão por sua filha fica furiosa. Num momento de ódio, ao atravessar a rua, é atropelada, deixando Lô órfã. Mas para a lei Humbert é seu pai. Ele está disposto a ter a guarda de Lô e cuidar da menina, esse é o modo que ele encontra para aproximar-se ainda mais da ninfeta. Mas seus esforços para conquistá-la não mais serão necessários,  e é nesse ponto que a história começa a ficar “suja”, erótica e causar apreensão nos leitores.

Passando-se por pai e amante de Lô, Humbert desenvolve uma paixão obsessiva e ciúme doentio pela menina, sufocando-a com seus sentimentos e machucando-a fisicamente com sua força na hora dos atos sexuais. Tais atos não são descritos de forma pormenorizada, mas o modo sugestionável com que Nabukov os descreve causam incômodo e até aflição.

Humbert é o personagem principal e o vilão de uma história sórdida e pecaminosa. Em momento algum a narrativa tenta nos convencer a ter empatia ou entender os atos do personagem.

A escrita de Nabukov é ímpar. A riqueza de detalhes ao contar, em primeira pessoa, a história desse pedófilo que não demonstra arrependimentos, mas não aparenta ser um monstro em busca de corromper menores sexualmente, é o que mais instiga o leitor.

Vivendo em busca de um amor perdido na meninice, Humbert passa a buscar aquela criança em outras meninas. Isso nos faz questionar se ele sempre fora um pedófilo, ou essa sua faceta tomou forma após ter colocado os olhos em Lola e lembrado desse antigo amor, desejando para ele, não a mulher que esse ex-amor se tornou, e sim a menina da infância que sempre permaneceu em sua memória. Tal questionamento nos leva a pensar se ele sempre fora um homem desequilibrado que sabia esconder seus sentimentos, ou se foi sua paixão por Lola e a lembrança do amor pela menina que o impulsionou a demonstrar esse caráter perturbador.  

LOLITA é um livro que deve ser lido e relido tantas vezes quanto possível. A cada leitura novos sentimentos e novas reflexões surgem na nossa cabeça. Apesar de a história ser tão chocante, desde os meus 16 anos não consigo pronunciar o doce nome LOLITA sem estampar um sorriso no rosto. Humbert é o personagem principal, mas Lola me conquista a cada leitura. Sua meninice infantil que vai tornando-se sedutora, a cabeça de mulher num corpo de criança e o profundo prazer que ela tem em explorar a obsessão e ciúme em Humbert, me encantam. A personagem é grande, rica e esperta. Temos a sensação que Lola é provocante e sente prazer em levar Humbert aos sentimentos desesperadores que o levam à decadência total. Uma criança que amadureceu rapidamente por conta de um relacionamento com um adulto, mas uma criança que comanda e domina tal adulto, sem nem ao menos tentar disfarçar.

Apresentado como uma confissão que Humbert faz ao estar na cadeia, fica difícil pensar em Nabokov como autor do livro. Ele mergulha o leitor numa escrita tão densa e numa historia tão forte, que acreditamos ela ser real. Humbert não nos parece apenas um personagem, mas sim o verdadeiro autor da obra, que nos vai causando profundo desconforto e repugnância em cada página lida, exatamente por isso, pela quantidade de sentimentos que desperta, LOLITA é um livro que deve ser lido por todos.

Não posso deixar de expressar também a imensa felicidade que senti ao saber que a Alfaguara, selo da Ed. Objetiva, estaria lançando uma nova edição desse livro. Faz tempo que LOLITA merecia uma nova edição, e essa ficou simplesmente PERFEITA. Além de a edição ser impecável, a capa explora justamente a juventude de Lola. A menina passando gloss e o cor-de-rosa da capa sugerem exatamente que dentro das páginas do livro, uma menina vai tornar-se mulher. 


FICHA DO LIVRO


            LOLITA
VLADIMIR NABOKOV
Editora: ALFAGUARA                           

Ano: 2011                    

Nº págs: 391
Gênero: Romance

Cortesia da editora para resenha. 

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Como falei há algum tempo, assim que a resenha estivesse postada daríamos início a promoção valendo o 3º exemplar do livro.

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Os comentários podem ser feitos até o dia 15/05.
O sorteio será realizado pelo random.org

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