Boa noite queridos.
Para terminar essa primeira noite de feriado trago para vocês mais um ESPECIAL: AUTORES PARCEIROS. Hoje vamos conhecer mais sobre o autor ADALBERTO VARGAS RIBEIRO e seu livro PELOPONESO.
Conheci o livro do Adalberto através de um blog. Interessei-me pela história, pois adoro quando há a mistura de realidade e ficção, ainda mais quando essa realidade envolve grandes batalhas, e entrei em contado com o Adalberto, que imediatamente aceitou fazer parceria com o blog.
Poderia dizer aqui que PELOPONESO é um grande livro, mas vou deixar que a resenha e a entrevista com o autor mostrem isso mais claramente para vocês.
ADALBERTO VARGAS RIBEIRO
BIOGRAFIA: (Nas palavras do autor)
Falar de nós mesmo é complicado.
Sou natural de Pancas, que é uma pequena cidade no noroeste do Espírito Santo, e tenho 22 anos.
Sou Técnico Agrícola, e cursei 3 anos de Bacharelado em Agronomia pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), mas tranquei a matrícula. Perdi meu pai em 2007, e as coisas longe de casa ficaram mais complicadas.
Sempre fui apaixonado por História Clássica, e leituras do tema sempre estiveram em minha cabeceira. Filmes épicos são os meus preferidos, e claro, acabaram me influenciando na hora de escrever. Também sou um torcedor fanático do Flamengo, daqueles que não perde um jogo, e grita e vibra muito. Sou bem chato (rsrs). E claro que quando garoto, sonhava em fazer gols no Maracanã lotado, mas infelizmente não tenho habilidades suficientes, mas ajudo meu time torcendo. Outra atividade que gosto muito é o montanhismo. Sempre que posso eu acampo (bem menos do que eu gostaria), mas gosto muito do frio das montanhas, e é algo que me tira o estresse.
Não mudo muito minha rotina para escrever. Claro que tenho que dedicar algumas horas em pesquisas e escrevendo, mas a maior parte do tempo passo no trabalho. Tem também aqueles momentos de festas e viagens que não pode faltar a ninguém.
RESENHA:
PELOPONESO
Peloponeso é uma península ao sul da Grécia composta por cinco prefeituras: Arcádia, Argólida, Corinto, Lacônia e Messénia.
Na antiguidade, Atenas foi a principal cidade Grega. Além de grande domínio político, Atenas era o principal centro cultural e intelectual, controlando também o comércio marítimo, e desfrutando de excelente situação financeira, enquanto que Esparta era conhecida por sua tradição militar de guerreiros bem treinados e imbatíveis, mas de poder econômico não tão brilhante.
Ambas as cidades estavam na península de Peloponeso.
Desfrutando de um desenvolvimento econômico cada vez maior e poder crescente, Atenas passou a causar preocupação e inveja nos espartanos, que temendo o domínio da cidade sobre o ocidente, enxergou como saída para interromper o grande crescimento de Atenas a guerra.
Esparta, Corinto, Tebas e Mégara, aliaram-se contra Atenas, iniciando assim a guerra do Peloponeso. A história dessa guerra foi registrada por Tucídides, historiador, testemunha e participante da guerra.
É com base nessa guerra que Adalberto Vargas Ribeiro nos leva a uma viagem no tempo para aprender sobre uma batalha pouco conhecida. Mesclando acontecimentos reais com elementos fictícios, o autor nos coloca diante de uma história de inveja, mentiras, lutas por poder e traições.
Alessandro é o principal personagem ficcional da obra, filho de Dédalo, viveu um triste episódio com o pai quando era jovem, o que acabou por afastá-los por toda a vida. Mas Dédalo está morrendo, e Alessandro, que antes nunca tivera a oportunidade de demonstrar afeto por seu pai, retrai-se em lembranças e arrependimentos.
Mas Alessandro era um Perieco (povo que podia dedicar-se ao comércio e indústria artesanal), e com a morte do pai herda uma imensa quantidade de terras férteis. Na verdade, Alessandro herda mais que isso, herda também o posto de líder da comunidade Perieca. Seu povo acredita que, através de seus ensinamentos e habilidades militares, têm a chance de se libertaram das amarras de Esparta para serem livres. Com essa premissa, Alessandro vive uma vida de combate junto com seus amigos Acteão e Leander.
Jordano é uma figura misteriosa. “Bate de frente” com Alessandro e contesta suas regras, o jovem quer saber quem é esse homem, mas Dríades, o conselheiro de Alessandro, teima em esconder do rapaz quem realmente é Jordano e o que ele quer.
Cercado por revelações, esclarecimentos históricos, intrigas políticas, mitologia e mistérios, PELOPONESO prende o leitor a cada página.
O mais interessante no livro foi o imediatismo com que Alessandro, mesmo sendo um personagem ficcional, me conquistou. No primeiro capítulo em que o personagem apareceu fiquei louca para saber mais sobre ele, chegava a ler mais rápido as outras partes para poder encontrar-me de novo com Alessandro. A narrativa acerca do desentendimento com seu pai chegou a fazer lágrimas escorrerem, tão triste foi imaginar tal cena entre pai e filho.
O melhor de tudo é que PELOPONESO conta apenas os primeiros 10 anos da guerra (que durou 27 anos), e Adalberto já está escrevendo o volume dois, isso significa que em breve terei um novo encontro com Alessandro.
A vocês, só posso dizer: conheçam Alessandro, e conheçam essa batalha pouco contada. Ao autor, só posso agradecer por me permitir conhecer mais uma história sobre as guerras que envolveram a Grécia.
ENTREVISTA COM ADALBERTO:
Na verdade, nunca pensei que iria me tornar um escritor. Como sempre gostei de livros e filmes épicos, comecei meio como um hobby. Gostava de imaginar as grandes batalhas, feitos incríveis que hoje parecem impossíveis.
Como passava, na época da faculdade, a grande maioria dos finais de semana na república, já que morava uns 500km de casa, e nem sempre meus amigos também ficavam, tinha que me entreter com alguma coisa. Assim comecei meu livro.
Meus amigos que me apoiavam, achavam legal a idéia que eu estava escrevendo um livro.
2. Por que você resolveu escrever um livro que misturava um fato real da história com ficção?
Fui muito influenciado pelo filme Tróia nessa parte. Na Ilíada, a ação dos deuses gregos é muito abordada, e eles interferem diretamente na batalha, lutando inclusive. Já no filme, os produtores procuraram recriar a mais famosa das batalhas de uma forma que ela realmente possa ter acontecido. Primeiro, no filme ela não dura 10 anos como na Ilíada. Segundo, você não vê a participação dos deuses. Claro que há um misticismo, e decisões são tomadas baseadas nas crenças, todavia, em nenhum momento você Apolo, Atena ou qualquer outro deus no campo, e isso é o grande diferencial do filme.
No caso de “Peloponeso”, eu peguei os fatos documentados, aquilo se sabe daquela época, como pessoas e costumes, e os dei vida. A Guerra do Peloponeso aconteceu de 431 a 404 aC . Mas e nesse meio tempo, o que acontecia? Como as pessoas se relacionavam? Como era a vida na Grécia há quase 2500 anos? Será que era muito diferente de como somos e vivemos hoje? Essa é a parte fictícia, aquilo que eu imaginei que fosse verdade. Os relacionamentos, os sentimentos, enfim, todo o cotidiano. Espero ter chegado perto.
3. Dentre tantos fatos históricos, você escolheu A GUERRA DE PELOPONESO, por quê?
Os feitos militares dos gregos e romanos sempre foram extraordinários, e devemos a eles a cultura que vivemos hoje.
Alguns temas da antiguidade são bem explorados, seja pelo cinema, literatura ou ainda pelos games. Difícil não saber alguma coisa sobre Alexandre, O Grande, e seus inimagináveis feitos. Sobre Júlio César e Cleópatra. A Guerra de Tróia então, nem se fala. Foi então que busquei algo importante, mas não muito conhecido do público em geral.
A Guerra do Peloponeso, que aconteceu poucas décadas após o fim das Guerras Médicas (famosas graças ao filme 300), fora talvez a mais importante da Grécia Antiga. Foi longa, gastou-se muito dinheiro e envolveu diversas cidades, dando início ao declínio da civilização grega, facilitando que anos mais tarde pudesse ser subjugada por Filipe II da Macedônia e seu filho, Alexandre, e mais tarde passando para domínio dos romanos.
4. Como foi o processo de pesquisa dos fatos históricos e das personagens reais?
Eu me baseio nos relatos de Tucídides, que foi um ateniense, que além de soldado, era um historiador, e lutou durante a Guerra do Peloponeso. Ele descreveu a guerra em História da Guerra do Peloponeso. Nessa obra há muitas informações dos personagens reais de “Peloloponeso”, o que me ajuda muito na hora de criar uma identidade para cada um deles. Também busquei informações em outras literaturas. Qualquer curiosidade que descubro sobre algum personagem me ajuda. A internet é sem dúvidas uma grande aliada.
5. Como foi criar personagens fictícias para inserir no meio de uma história real e como foi o processo de criação dessas personagens, principalmente de Alessandro, que é o personagem que ganha a simpatia imediata do leitor?
Cada um tem sua peculiaridade, e isto depende muito do meio onde ele está envolvido. No caso de Alessandro que você citou: talvez ele tenha sido o mais complicado de criar. Ele é totalmente fictício. A principio não tem nenhum relacionamento com os personagens reais. Não é de Esparta nem de Atenas, e assim a cultura dessas cidades não se aplica nele, e é um jovem, que vai se tornando mais velho durante o decorrer do livro, o que me obriga a desenvolver um identidade, da mesma forma que acontece com a gente à medida que amadurecemos. Todavia, como não existem relatos históricos sobre ele (claro que não, rs), fico livre para criar o que bem entender.
Os outros, como Otacílio ou Nestor, que se relacionam com os reis de Esparta, crio uma personalidade parecida com os reis em questão e de acordo com as posições que ocupam, uma vez que isto também ocorre conosco. Geralmente nos relacionamos com pessoas parecidas com nosso jeito de agir e pensar.
6. PELOPONESO é um livro longo, com muitos personagens, crença na mitologia, traição política, diversos fatos acontecendo simultaneamente, etc. Qual foi a maior dificuldade que você encontrou ao escrever livro?
Se você fizer uma busca sobre a Grécia Antiga na internet, vai achar muuuuuitas coisas, principalmente sobre a mitologia, todavia, as informações geralmente são curtas, não entram muito em detalhes em determinados assuntos, principalmente na área militar. Sobre os hoplitas até se encontram algumas fontes, mas sobre as batalhas, pouca coisa a respeito, e quando há, geralmente são superficiais.
7. Quanto tempo demorou para escrever o livro?
Comecei em 2007 e só fui terminar em 2010. É muito tempo, mas foi devido ao tempo que tinha que dividir com a faculdade, além de ser apenas um hobby, o que fazia com que não escrevesse todos os dias. Passava semanas sem escrever nenhuma linha.
8. PELOPONESO foi seu primeiro livro? Se houver algum anterior, nos conte sobre ele.
Sim, é minha primeira obra publicada. Eu tenho um livrinho, “1943” , que fala de um grupo de jovens pracinhas brasileiros nos campos de batalha da Itália durante a Segunda Guerra Mundial, mas esse eu não publiquei, escrevi quando ainda estava na 8ª série. Mas tem mais de 100 páginas.
Tenho também uma apostila que chamei de “Mitologia Grega: Heróis, Contos e Deuses” que montei em 2005 e acabou por me ajudar muito quando ia tratar de personagens ou histórias mitológicas em “Peloponeso”.
9. Você já tem planos para um novo livro? Se sim, já sabe sobre o que falará? Continuará a escrever romances históricos?
Já estou escrevendo a seqüência de “Peloponeso”. Nesse primeiro livro conto apenas os 10 primeiros anos da Guerra, que durou ao todo 27 anos. Nele procuro mostra ao leitor o cotidiano grego da época e os motivos da Guerra. O segundo, e último, foco mais na vida de Alessandro, que é o personagem principal. Terá também muitas outras curiosidades da Grécia antiga, além de mais militarismo, traições, revelações e tudo mais.
Paralelamente a “Peloponeso”, já estou pesquisando e rabiscando alguma coisa sobre meu próximo trabalho. Vou avançar alguns séculos e levar o leitor à Roma Antiga, no tempo da formação das Legiões que foram a espinha dorsal para as conquistas romanas durantes séculos.
Ficções históricas, ou romances históricos como você disse é o que eu penso escrever melhor, então se escrever mais algum, provavelmente será neste estilo.
10. Sabemos que no Brasil é um pouco complicado lançar um livro. Como foi esse processo pra você? Quais etapas seguiu? O que você sentiu ao ver seu livro impresso?
Realmente é difícil para o autor brasileiro, sobretudo o desconhecido ou estreante, ter sua obra publicada. As editoras apostam nos autores internacionais, pois sabem que é maior a chance de sucesso. Competir prateleira com eles é quase uma covardia. Têm livros consagrados e mais baratos que os nacionais. Ainda bem que existem editoras que apostam no talento nacional.
Quando comecei meu livro eu não pretendia publicá-lo. Eu apenas escrevia e postava em uma comunidade do orkut. Fiz isso os 10 primeiros capítulos. Só depois os amigos me incentivaram a escrever tudo e depois publicar. E assim eu fiz.
Em 2009 eu conheci o site “Mesa do Editor”, onde você posta seus textos e eles encaminham para diversas editoras também cadastradas no site. Isso facilita muito, já que não temos como conhecer muitas, ou mesmo que temos vários contatos, não se compara ao cadastro deles. Aí em agosto do mesmo ano recebi um contato de duas editoras interessadas no meu trabalho. Optei pela Ed Baraúna. O problema que eu não tinha terminado o livro ainda. Havia postado alguns capítulos (não me lembro quantos). Foi a partir daí que eu brinco, dizendo que aí sim eu estava escrevendo um livro. Em março de 2010 eu terminei, enviei para eles, e hoje está ele existe .
A sensação de pegar seu livro impresso é surpreendente. É muito bacana ver e pegar seu trabalho. Horas escrevendo se transformando em algo concreto é gratificante demais, e eu agradeço muito a Baraúna pela oportunidade.
11. Para você, qual a importância da literatura e do hábito de ler?
Ler é uma arte. Ler e escrever. Em ambos você viaja sem sair de casa. Você relaxa e se aventura em cada página. Essencial para construção do caráter e para formação de opinião. É imprescindível que o Estado e os pais incentivem a leitura desde o início da formação das crianças, pois, como bem disse Monteiro Lobato: “Um país se faz com homens e livros”, e Fernando pessoa concluiu muito bem: “A literatura, como toda a arte, é uma confissão de que a vida não basta”.
RAPIDINHAS:
a) Um livro: Além de Peloponeso? (rsrs) Anjos e Demônios
b) Um autor: J.R.R Tolkien
c) Uma música: Difícil eleger só uma, gosto muito de música.
d) Uma banda: Scorpions
e) Um filme: Tróia
f) Um ator: Tom Hanks
g) Uma atriz: Meryl Streep
h) Uma frase: "O homem é mortal por seus temores e imortal por seus desejos" (Pitágoras)
b) Um autor: J.R.R Tolkien
c) Uma música: Difícil eleger só uma, gosto muito de música.
d) Uma banda: Scorpions
e) Um filme: Tróia
f) Um ator: Tom Hanks
g) Uma atriz: Meryl Streep
h) Uma frase: "O homem é mortal por seus temores e imortal por seus desejos" (Pitágoras)
Gostaria ainda, para encerrar, agradecer ao S2 Ler pela oportunidade de expor um pouco do meu trabalho, fazendo a tão importante ponte entre o leitor e o escritor. Sinto-me honrado e agradecido por minha obra se encontrar resenhada neste blog.
Um abraço especial aos leitores. Espero sinceramente que meu trabalho possa agradá-los, e espero ansioso pela opinião de cada um de vocês.
CONTATOS DO ADALBERTO:
ADORO!
ResponderExcluirTem um livro de escola aqui que é o meu xodó: Grécia
adoro demais haha
Demais a entrevista
Anjos e Demônios é meu guilty pleasure, toda vez que passa mesmo sabendo o final eu assisto e ainda me espanto e suspiro escutando a OST kkkkkk gente doida oi?
Bom fim de semana e uma ótima Páscoa para você e a família
bjs
Nana - Obsession Valley
Adoro ler as entrevistas postadas aqui, e essa não foi diferente, muito bem apresentada...desejo sucesso ao autor, parabéns por essa conquista e que ainda ajam muitas. Espero um dia poder ler e dar minha opinião também...beijoaks elis
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