9 de junho de 2011

RESENHA: A SOMBRA DO VENTO e O JOGO DO ANJO

Oi pessoal! Boa tarde!

Prometi pra vocês que hoje teríamos resenha de outro Chik Lit, mas vou deixá-la para amanhã por um bom motivo. Nova promoção!!! Mas que também só vou divulgar amanhã, rs.

O post de hoje é de uma resenha que já existe aqui no blog. Foi uma das primeiras resenhas que postei quando criei o S2 Ler, porém não consegui subir o post para que ele ficasse mais visível, e por isso vou repeti-la. Tudo isso por que amanhã teremos promoção com esses dois livros fantásticos!

E vocês sabem, comentário na resenha, vale preencher o formulário mais uma vez. Os livros são meus favoritos desse ano:  A SOMBRA DO VENTO e O JOGO DO ANJO do autor Carlos Ruiz Zafón (Suma de Letras).

Em parceria com a SUMA amanhã iniciará a promoção que vai premiar 2 sortudos com um kit contendo os dois livros

Então, vamos para as resenhas:

A SOMBRA DO VENTO e O JOGO DO ANJO, livros lançados numa caixa linda pela Suma de Letras, selo da editora objetiva.


Não conhecia os livros, não tinha lido a sinopse, não conhecia o autor, nem nada, não conhecia nada sobre os livros. Comprei a caixa por uma questão consumista (além de adorar livros, não posso vê-los em BOXES que tenho que comprar, pra ontem), foi um tiro no escuro.

Um BELO tiro no escuro. Digamos que atirei sem mirar e acertei bem no alvo, ou melhor, Carlos Ruiz Zafón (o autor) me fez de alvo e me acertou. Um tiro certeiro, diretamente no meu coração.


PERFEITOS!

É com esse adjetivo que sou obrigada a começar a resenha desses dois fantásticos romances, dois livros que falam de livros, de autores e leituras.

A SOMBRA DO VENTO nos leva a uma visão histórica de uma Barcelona em guerra e nos coloca diante de mistérios e personagens cuidadosamente construídos por um autor fabuloso.

A narrativa se inicia no ano de 1945 na cidade de Barcelona.

Daniel Sempere está para completar 11 anos e não se lembra mais do rosto da mãe morta. Diante do sofrimento do filho, seu pai, dono da livraria Sempere e Filhos, o leva para uma madrugada alucinante no centro da cidade, um lugar misterioso, um lugar que deve ser mantido em segredo de todos: o Cemitério dos Livros Esquecidos, um lugar enorme, em que as obras esquecidas ficam abandonadas.

Nos corredores do Cemitério, Daniel escolhe seu livro: A Sombra do Vento, do também barcelonês Julián Carax. Conforme vai lendo o livro de Carax, Daniel se sente curioso sobre a vida e obra do autor e sai à procura de outras obras, descobrindo que Carax escreveu vários livros, mas que alguém os está queimando. O garoto percebe ter em mãos aquele que pode ser o último exemplar da obra de Carax, e se nega a vendê-lo  seja qual for o preço.

Daniel acaba conhecendo Dom Gustavo Barceló, que lhe apresenta sua sobrinha Clara. Daniel logo se apaixona pela moça, anos mais velha que ele. Dom Gustavo oferece uma alta quantia a Daniel pelo livro, mas ele não o vende. Algum tempo depois o dá de presente a Clara, já conhecedora da obra de Carax.

Um dia uma figura estranha aparece para Daniel e o ameaça. Seu desejo: o livro que o menino possui. Daniel então percebe que sua vida e daqueles que ama corre perigo. Resolve então recuperar o livro e descobrir quais mistérios cercam a vida de Carax. Para isso, ele contará com a ajuda do amigo Fermín, um mendigo e ex-investigador que tem facilidade para descobrir fatos.

Juntos eles percorrem uma Barcelona de cenário grandioso e atmosfera gótica atrás de informações sobre a vida de Carax. Descobrem que a vida desse misterioso autor está ligada a uma triste história de amor entre dois jovens: o próprio Carax e sua inesquecível Penélope. É quando Daniel começa a encontrar semelhanças entre sua vida e a de Carax e tenta não repetir os passos do escritor.

Revelações são feitas ao longo de todo o livro, mas todas as informações dadas sobre a vida de Carax só se completam no final, de modo triste, trágico e surpreendente. Um livro que nos causa assombro de ler, tamanha quantidade de informações e personagens que incrivelmente conectam-se todos por alguma razão. 

A Sombra do Vento é uma história permeada de romances, aventuras, vinganças, mas principalmente mistério e sofrimento. Sofrimento, aliás, que salta das páginas do livro e entra em nossa alma. É impossível ler o livro e não sentir uma coisa forte dentro do peito; é impossível ler as grandes revelações sobre a vida de Carax e Penélope e não se debulhar em lágrimas; é impossível chegar ao final sem sentir que uma parte da gente foi fechada com aquela última página. E ao fechar a última página, é inevitável a pergunta: até onde a crueldade humana pode chegar?

A Sombra do Vento é uma obra grandiosa em todos os sentidos, pela quantidade de personagens, pela quantidade de histórias conectadas, pela quantidade de estilos que fascinam e estimulam a leitura, e principalmente, pela QUALIDADE em todos esses itens. É difícil dizer que A Sombra do Vento é um romance. É bem mais que isso, é uma obra de gênero inclassificável.

A contra capa do livro traz a informação: “A Sombra do Vento anuncia um fenômeno da literatura espanhola – La Vanguardi”. O espanhol Zafón, sem dúvida, é um fenômeno, um fenômeno mundial.


Em, O JOGO DO ANJO, Zafón volta a explorar a temática do livro que conta a história de um livro, que conta a história de um autor.

N’O Jogo do Anjo temos a história do jovem, órfão e talentoso David Martín que desperdiça suas palavras num reles jornal. O seu amigo e escritor Vidal sugere que o editor do jornal dê a David uma chance em uma coluna. Como esperado, Martín se sai muito bem e começa causar inveja em seus parceiros de jornal. Logo o garoto é demitido e se vê frente a dois editores inescrupulosos, que o contratam por um período de vinte anos, em que Martín tem que escrever 200 páginas por mês e assinar com pseudônimo, mas uma promessa é feita: David terá seu sonho de publicar um romance com seu nome na capa.

Durante anos os editores abusam do garoto e quando este já está bem doente resolvem lançar um livro com seu nome, que é um fracasso em vendas. David rompe então com a editora e vê-se, aos 28 anos, sozinho, doente e morando num casarão aos pedaços. É quando conhece um suposto editor francês, Andréas Corelli. O editor encomenda um livro a Martín. Um livro que poderá influenciar muitas vidas, que poderá trazer o bem e também o mal, um livro que poderá levar pessoas a matar e a morrer.

A proposta: 100 mil francos pelo livro.

Martín aceita e imediatamente vê sua vida cercar-se de mistérios e de fantasmas do passado. Agora ele tem que correr para desvendar o que está acontecendo antes que seja pego por seus inimigos.

O Jogo do Anjo retorna a mesma Barcelona de A Sombra do Vento, porém, agora, nos anos 20. Martín passa pelo Cemitério dos Livros Esquecidos e pela livraria Sempere e Filhos, contudo, O Jogo do Anjo não é uma continuação de A Sombra do Vento, pelo contrário, os fatos narrados são anteriores aos acontecimentos de A Sombra.

Um romance intrigante e misterioso dotado de ação e preponderando ao  gênero policial, O Jogo do Anjo é capaz de nos prender, causar agonia e principalmente, faz com que nos perguntemos durante todo o livro: quem é Andréas Corelli?

No entanto, sou obrigada a dizer que A Sombra do Vento é infinitamente melhor, pois aguça não só nossa curiosidade, mas aflora nosso lado emocional, despertando um sentimentalismo imenso.

Assim como nunca esqueci os sentimentos que Meu Pé de Laranja Lima (J. M. de Vasconcelos), Dom Casmurro (M. Assis), À Espera de um Milagre e A Zona Morta (S. King) me causaram, A SOMBRA DO VENTO também será inesquecível, será sempre o livro que tocou não apenas meu coração, mas também a minha alma.




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