28 de junho de 2011

RESENHA: A PASSAGEM - Justin Cronin (Sextante)

Boa tarde queridos!

Prontos para mais resenha?

Na verdade, a resenha de hoje vai ser um pouco diferente, primeiro por que o livro em questão é enorme (815 páginas) e segundo por que tenho TANTA coisa, mas TANTA coisa pra falar sobre ele que o post ficaria gigante. Por isso, vou apresentar pra vocês a sinopse do livro e depois começar a falar dele.


SINOPSE: 

A PASSAGEM 
JUSTIN CRONIN

Primeiro, o imprevisível: a quebra de segurança em uma instalação secreta do governo norte-americano põe à solta um grupo de condenados à morte usados em um experimento militar. Infectados com um vírus modificado em laboratório que lhes dá incrível força, extraordinária capacidade de regeneração e hipersensibilidade à luz, tiveram os últimos traços de humanidade substituídos por um comportamento animalesco e uma insaciável sede de sangue.

Depois, o inimaginável: ao escurecer, o caos e a carnificina se instalam, e o nascer do dia seguinte revela um país – talvez um planeta – que nunca mais será o mesmo. A cada noite, a população humana se reduz e cresce o número de pessoas contaminadas pelo vírus assustador. Tudo o que resta aos poucos sobreviventes é uma longa luta em uma paisagem marcada pelo medo da escuridão, da morte e de algo ainda pior.

Enquanto a humanidade se torna presa do predador criado por ela mesma, o agente Brad Wolgast, do FBI, tenta proteger Amy, uma órfã de 6 anos e a única criança usada no malfadado experimento que deu início ao apocalipse. Mas, para Amy, esse é apenas o começo de uma longa jornada – através de décadas e milhares de quilômetros – até o lugar e o tempo em que deverá pôr fim ao que jamais deveria ter começado.

A passagem é um suspense implacável, uma alegoria da luta humana diante de uma catástrofe sem precedentes. Da destruição da sociedade que conhecemos aos esforços de reconstruí-la na nova ordem que se instaura, do confronto entre o bem e o mal ao questionamento interno de cada personagem, pessoas comuns são levadas a feitos extraordinários, enfrentando seus maiores medos em um mundo que recende a morte. 


Vou confessar que desde que li as primeiras páginas desse livro fiquei empolgadíssima para falar dele pra vocês. Passei até algumas noites pensando em como iria conseguir falar tudo que eu gostaria sobre esse livro e não deixar a postagem enorme e cansativa. Por fim, cheguei à conclusão de que a sinopse bastaria para vocês entenderem o assunto do livro, e que minhas palavras seriam apenas para mostrar o quão fabuloso ele realmente é e o quanto vale a pena ser lido.

Quando postei A PASSAGEM na caixa de correio disse a vocês que nunca havia me interessado para ler o livro por achar que ele era uma continuação de A CABANA, mas que após ver Stephen King dizer ter sido melhor livro lido por ele em 2010 eu precisava ler de qualquer jeito.

Com o livro em mãos, li a contracapa, que tinha a seguinte fala do Mestre King sobre o livro: “Esta é a história de vampiros que você não pode perder: 15 páginas são suficientes para cativá-lo; depois de 30, você se descobrirá prisioneiro, lendo noite a dentro. Um livro com a força dos épicos”.

Sim, mestre King tinha razão, após 15 páginas eu não estava apenas cativada, e sim apaixonada pela forma de narrar de Justin Cronin. Os personagens criados por ele são simplesmente fantásticos em todos os sentidos: físico, psicológico, emocional, etc. Cronin não economiza nas descrições, seja de personagens, lugares e situações, no entanto, em momento algum essas descrições ficam enfadonhas, pelo contrário, você vai desejando que elas aumentem ainda mais.

Preciso dizer que Cronin foi genial na escolha das personagens, que envolvem desde uma inocente criança, Amy (que é impossível não se apaixonar), passando pela docilidade e força para enfrentar a vida da freira Lacey, pelas dúvidas do agente Wolgast, que sofre com uma perda que o marcou profundamente, pela vida dos condenados que são usados como cobaia para testes, pela vilania de Sykes e Richards e, claro, pela violência, maldade e crueldade dos sanguinários vampiros. A PASSAGEM é o que eu chamo de um verdadeiro livro de vampiro. Eles são maus, são terríveis, querem sangue e desejam a destruição humana.

Não bastando acertar em cheio na fórmula de mostrar os vampiros como eles foram apresentados inicialmente na literatura, Cronin acerta na forma de narrar sobre as personagens. Ele não parte do ponto inicial da vida dessas personagens. Ele começa inserindo-as em determinado momento da história, em determinada situação e lugar e então vai regredindo no tempo para contar sobre o passado, mas não de forma que revele tudo, e sim para que revele só até como a pessoa foi parar naquela situação, então, vamos tendo recortes, por todo o livro, que a cada momento vai explorando mais e mais o passado das personagens, nos deixando curiosos para seguir na leitura e descobrir mais sobre elas.

Outro acerto, e o que mais gostei no livro, foi o fato de ter explicação de como os vampiros se tornaram vampiros. Não tem aquela coisa de que “centenas de anos atrás aconteceu tal coisa e aí alguém mordeu e virou vampiro”. Cronin foi tão genial, criativo  e inovador que expõe o vampirismo como um vírus criado em laboratório pelo homem para ajudar as forças armadas americanas contra as guerras ao redor do mundo, mas que deu errado. É tudo uma experiência mal elaborada com resultados catastróficos. (Não vou contar como o a experiência foi feita, só que tem a ver com morcegos de um país da América do Sul... Fiquem curiosos, rs).

Soma-se a todas essas impressionantes qualidades o fato de tudo convergir para a destruição humana, o fato de o homem estar sendo destruído por suas criações, e das criaturas estarem tomando conta do que um dia conhecemos como sendo o nosso mundo.

Mais que um livro de vampiros, A PASSAGEM nos leva a reflexão do caráter humano e a questionamentos sobre como o homem está se preparando para destruir sua própria espécie e planeta.

A PASSAGEM é o primeiro volume de uma trilogia que, apesar de sua imensa quantidade de páginas, sentimos a necessidade de ler mais e mais e mais...

Se um dia eu pudesse conhecer Justin Cronin eu diria: Cronin, obrigada por trazer de volta o tipo de vampiro com quem eu sempre sonhei J É, eu prefiro os malvados sanguinários.


FICHA DO LIVRO


A PASSAGEM
JUSTIN CRONIN
Editora: SEXTANTE  

Ano: 2010                    

Nº págs: 815
Gênero: Aventura, Terror, Suspense

Cortesia da editora para resenha.




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