1 de maio de 2014

RESENHA: OLHAR MORTAL - Fergus McNeill (Ed. Nacional)



Olá, pessoal.

Hoje vou falar de um livro policial que foi completamente decepcionante: OLHAR MORTAL, primeiro livro do FERGUS McNEILL, lançado pela editora NACIONAL.

Olhar MortalOLHAR MORTAL
FERGUS McNEILL
Série: Inspetor Harland (vol.1)
Editora: NACIONAL              
Ano: 2014                  
Nº págs: 328
Gênero: Policial

SINOPSE: Nunca cruze olhares com Robert Naysmith. Por trás de um sorriso simpático e um terno bem cortado, há um predador examinando cada detalhe, estudando a rotina de sua presa, descobrindo o melhor momento para atacar. Um homem meticuloso, que segue regras rígidas para cometer seus assassinatos. Um homem acima de suspeitas, com um bom trabalho, uma linda namorada, uma vida confortável. Do outro lado do tabuleiro está o detetive Harland, um policial em luto pela morte de sua esposa, com uma raiva interna que se choca diretamente com a frieza e indiferença de seu adversário. Enquanto contorna a burocracia de seu trabalho, ele precisa seguir pistas que ligam uma vítima à outra, e que podem determinar se a próxima irá sobreviver ou não. Olhar Mortal é um inovador suspense de serial killer, que abandona as convenções do gênero para criar novas regras, regras que transformam cada assassinato num jogo, e onde as vítimas são apenas peças a serem movimentadas.

Quem acompanha o blog sabe que AMO livros policiais e que vivi um momento de extrema paixão com o autor STEVEN JAMES, por isso, já quero esclarecer que talvez essa paixonite aguda tenha feito com que eu não gostasse de OLHAR MORTAL, pois li logo que terminei a série do JAMES e não consegui não fazer mil comparações entre as duas obras.

OLHAR MORTAL foge dos moldes comuns: não temos uma morte e a polícia tentando desvendá-la, pelo contrário, o livro já começa com o assassino se apresentando como Robert Naysmith, falando de si, de sua carreira brilhante, da namorada perfeita, da casa luxuosa, etc. Já nesse ponto a leitura me amarrou, porque percebi que esse assassino queria ser um Patrick Bateman, do famosíssimo PSICOPATA AMERICANO. Não consegui, de forma alguma, ler as passagens do personagem e não associá-lo ao livro. Pareceu uma cópia de personagens, mas de forma mais simplista, menos caracterizado em alguns pontos, mas extremamente semelhante em sua loucura, ânsia de matar e forma de enxergar e viver o lado bom e os prazeres da vida.

Outro ponto que me decepcionou foi isso de o assassino aparecer logo de cara. Como disse no início, quando li OLHAR MORTAL estava vivendo um momento de frenesi com a série do STEVEN JAMES, que também dá voz a seus assassinos, mas não os revela imediatamente, pelo contrário, deixa o leitor conhecer primeiro a sordidez psicológica que existe nesse ser, para só depois ir dando pequenas nuances de quem ele poderia ser, e surpreender ao final ao revelar sua identidade. A mim, ficou parecendo que FERGUS optou pelo fácil, pois obviamente é dificílimo manter o segredo de quem é o assassino até o final, o autor precisa ser bem habilidoso para isso e estar preparado para surpreender com diversas reviravoltas. Parece que a opção do autor foi expor cruamente o serial killer para que assim ficássemos horrorizados e chocados com suas atitudes, o que não me convenceu, porque, como já disse, soou como uma cópia barata de um clássico policial.

Falando em policial, a polícia em si também não me convenceu. Quando a polícia acha uma das vítimas de Robert (a primeira que “vemos” ele matar), encontra com ela um objeto, e descobre que era de uma pessoa que também fora assassinada, mas que tivera proximidade com a vítima atual. Apesar de as duas pessoas morarem extremamente distantes, o policial, que era para ser o fodão, Harland, já afirma que se trata de um serial killer. Oh, My... Por quê? Como que com apenas DOIS corpos, cada um em uma extremidade de um lugar bastante grande, mortos de forma completamente diferente, em situações também diferentes, o policial, que mal começou a investigação, consegue afirmar que se trata de um serial killer?

Claro que durante a leitura mais e mais corpos vão aparecendo, e é claro que uma hora uma ligação seria feita, mas já no segundo corpo ter certeza de que era um assassino serial me pareceu extremamente forçado. Enquanto que em muitos livros policiais a polícia reluta em assumir o fato de existir um serial killer, Harland já se jogou de cara na possibilidade parecendo que queria que fosse isso, que desejava isso, que precisava que fosse.

Os investigadores dos livros policiais são personagens que merecem ser construídos com todo zelo e carinho, afinal, eles vão estar presentes em muitas e muitas investigações e precisam conquistar o leitor. Harland é um policial viúvo que sofre pela perda da esposa. Hum... Onde já vi isso? Sim! Nos livros do STEVEN JAMES! Patrick, o protagonista e profiler mais foda de todos os tempos, também é um viúvo que sofre pela perda da esposa. Viram o que eu quis dizer com as comparações? Talvez eu tenha lido o livro no momento errado, pois Pat ainda estava incrustado em mim, mas o fato é que Harland não me cativou para que haja um verdadeiro desejo de ler sobre sua próxima investigação, que pelo que entendi ainda será a mesma, já que o livro terminou de um jeito tão “blergh”.


FERGUS, sinto muito, mas você não conquistou uma nova fã :s


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4 comentários:

  1. Pelos seus comentários acredito que você não gostou não só por amar a série de Steven James, mas porque os argumentos do livro são fracos mesmo. Até eu que não sou uma grande leitora de livros policiais odiaria tudo isso. Bom que assim nem procuro o livro. Ótima resenha.

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  2. Bom dia. Concordo com sua opinião . O leitor acaba simpatizando mais com o assassino do que com aquele investigador chato.

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  3. Oi Mari! É bem difícil a gente ler um livro semelhante a um livro que a gente gosta muito logo em seguida, a gente acaba comparando demais e não gostando do livro. Mas parece que não foi só por isso que você não gostou, né? Nunca tinha ouvido falar desse livro, mas pela sinopse ele parecia bem interessante. Não gosto de livros onde já sabemos exatamente quem é o assassino, como você falou, quando o autor nos dá pistas, nos mostra seu ponto de vista sem nos contar exatamente quem ele é, fica legal, pois não sabemos exatamente o motivo, ou algo assim.
    Com tantos livros policiais bons por aí, acho que vou deixar esse passar, vou aproveitar que não li nada do Steven James e ir atrás dos dele, acho que ganho mais, né?

    Beijos,
    Adri Brust
    http://stolenights.blogspot.com

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  4. Tenho um certo sexto sentido em identificar livros dos quais não venha a gostar. Aconteceu com O Último Contato, por exemplo, que parecia ser um excelente trhiller médico e não foi nada disso. E o mesmo acontece com esse Olhar Mortal. Ao examiná-lo na Saraiva, senti que o livro prometia e não cumpria. E acho que sua resenha colaborou para que eu passe a seguir minha intuição e deixar de ler o que não vale a pena. Economizando tempo e grana. Amo o tema serial killer, mas vou aguardar mais um pouco, ler mais resenhas ou esperar encontrá-lo por algum valor ínfimo.

    http://porquelivronuncaenguica.blogspot.com.br/2014/11/sete-serial-killers-da-literatura.html

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