Boa tarde, pessoal!
Hoje é dia de resenha de NÃO-FICÇÃO, e vamos falar de
biografia, a de TRUMBO, claro,
escrita pelo BRUCE COOK e lançada
pela editora INTRÍNSECA.
BRUCE COOK
Editora: INTRÍNSECA
Nº págs: 368
Gênero: Não-Ficção, Biografia
SINOPSE: Em 1947, o jornal The Hollywood Reporter divulgou uma série de nomes de
vários profissionais do cinema americano supostamente envolvidos com o
comunismo. Todos os olhares do Congresso dos Estados Unidos se voltaram para a
possibilidade de comunistas e simpatizantes estarem sutilmente instilando sua
propaganda nos filmes de Hollywood. Dez pessoas foram intimadas a depor no
Comitê de Atividades Antiamericanas – um grupo depois conhecido como os “Dez de
Hollywood” –, e o roteirista Dalton Trumbo era seu principal nome. Radical à própria maneira,
franco e irônico, membro do Partido Comunista, Trumbo recusou-se a entregar
qualquer informação. Foi julgado, declarado culpado por desacato ao Congresso e
preso, em 1950. Começara a caça às bruxas da era McCarthy, e depois de cumprir
pena Trumbo estava na lista negra de centenas de profissionais banidos de
trabalhar para os grandes estúdios. Atuando por trás das câmeras, por quase uma
década viveu de produzir roteiros clandestinamente, a preços medíocres, até que
dois Oscars depois, e com o esvaziamento do macarthismo, Trumbo se tornou o
primeiro integrante da lista a ser novamente creditado em uma produção, abrindo
caminho para o fim definitivo da caça às bruxas em Hollywood. Trumbo é
uma biografia franca de uma figura exuberante, que esteve no epicentro de um
dos períodos mais tumultuados da história americana recente. Apesar da
notoriedade como escritor e do apogeu como o mais bem pago roteirista de sua
época, criador de épicos como A princesa e o plebeu, Exodus, Spartacus e Papillon,
nenhuma das criações de Dalton Trumbo é capaz de rivalizar com sua própria
história.
Eu não fazia ideia de quem era TRUMBO,
isso até ver metade do mundo falando sobre o filme homônimo. Após ver o “auê”
com o filme e mais elogios ainda no Oscar, resolvi que tinha que ler e assistir
sobre a vida desse homem, que parecia ser deveras interessante. Parecia não,
Trumbo realmente foi um homem interessante.
Li o livro e assisti ao filme, e na minha opinião, ambas as mídias se
completam e se ajudam. Obviamente, o livro pode ser considerado uma
referência única ao roteirista, pois muito do que foi explorado nele sequer
apareceu no filme, como a doença que o acomete logo nas primeiras páginas da
biografia. Mas não acho que o filme funcione sem o livro, exatamente por essas
partes não exploradas.
Como biógrafo, COOK deu
importância a tudo que envolveu a vida de Trumbo: a doença, sua ascensão e
queda, sua prisão, a vida familiar, os amigos, os estúdios, os atores, Hollywood,
e claro, o momento político. Achei perfeita a forma como COOK organizou os pontos dessa obra, colocando Trumbo como o
roteirista incrível que foi, mas ramificando sua vida em diversos pontos, para
deixar bem claro quem esse homem foi também como marido, pai, companheiro e
lutador por seus ideais. Apesar de o momento político ser de bastante
importância e ter bastante peso, senti que foi mesmo Dalton Trumbo quem brilhou
nas páginas de TRUMBO, enquanto que
no filme senti que em alguns momentos ele foi apagado pelo momento político,
por seus inimigos e pelos ideais que se contrapunham ao seu.
O acesso as duas mídias permite vermos claramente que cada uma deu um peso
maior em determinado ponto da história de vida de Trumbo, e por isso digo
que são mídias que se completam, que nos permitem termos visões mais profundas
sob duas perspectivas diferentes, mas ambas são intensas, importantes e até
mesmo impecáveis ao retratar essa grande personalidade.
Se o livro me instigou a uma leitura ávida por conhecer mais e mais sobre
o aclamado roteirista, do qual em minha tremenda ignorância eu nunca havia
ouvido falar, o filme me permitiu alguns momentos mais leves, por enfim já
conhecer esse importante homem, e fez com que eles fossem vistos
como divinos e me levassem às lágrimas. Por exemplo, no livro, quando ele foi o
vencedor do Oscar por seu roteiro, não tive uma reação tão entusiástica,
afinal, meio que estava com “sangue no zóio” por ter acompanhado a traição
sofrida por Trumbo e meio que só conseguia pensar em vingança. Já no filme,
sabendo diante mão como alguns dos fatos se desenrolariam, permiti assistir com
mais leveza, e ao ser anunciado vencedor do Oscar fui às lágrimas. E quando foi
anunciado pela segunda vez... Ah, aí além de lágrimas eu soltei um “CHUPA!”
Porque, claro, foi um momento muito emocionante, ver que um homem tão
perseguido e que perdeu a oportunidade de usar seu próprio nome, passou uma
rasteira em todo mundo e foi muito mais esperto que aqueles que tentaram
prejudicar sua vida profissional.
Já a visão política de Trumbo será algo ao qual vou me abster de comentar
nessa resenha, afinal, estou aqui para admirar o incrível roteirista que esse
homem foi e a primorosa história de vida que teve, não para levantar polêmicas
em relação às suas opiniões políticas ou as minhas.
Biografia excelente, muito bem escrita, com fatos e situações muito bem
expostos e descritos. COOK mostrou-se
um biógrafo de mão cheia, e a INTRÍNSECA
mais uma vez acertou no lançamento. Recomendo a todos!
Vi aquele bafafá do filme quando lançou, deu até vontade de assistir porque falavam bem dele. O livro não cheguei a dar muita importante porque raramente leio livros assim. A pegada de biografia não me chama muita atenção, mas achei interessante por mostrar um lado novo de Hollywood. Não conheço muito da história, então tem esse fator de interesse. E vendo falar aqui deu até certa curiosidade, uma vontade de ler pra saber se é bem feito mesmo.
ResponderExcluirAté pensei em assistir o filme por falarem tão bem, só que ainda não tive a oportunidade por esperar passar na tv ou ter na netflix, já que aqui não tem cinema então não vi. Mas o livro não me interessei tanto quanto pelo fato de ser uma biografia e essa é a primeira resenha que leio do mesmo, acho que se eu realmente gostar do filme, lerei o livro. Pesquisei sobre ele(no qual eu também tinha a ignorância e não sabia sobre o mesmo) e soube que ele escreveu A Princesa e o Plebeu e fiquei chocada por eu não saber sobre algo simples como isso. Esse livro é fantástico e mostra uma história no qual todos merecem(merecem não, devem!) saber, depoisdessa resenha é agora que pretendo ler.
ResponderExcluirNão costumo ler biografias, acho que nunca li uma, mas confesso que depois do filme, que foi tão bem falado eu me interessei por essa.
ResponderExcluirGeralmente o livro é melhor que o filme, não sei se isso acontece também com as biografias.
Se eu tivesse o livro ao meu alcance eu acho que leria sim.
Tenho curiosidade de assistir o filme, porém não de ler o livro, não sou muito fã de ler biografias, achei o tema bem interessante, não esperava tudo isso confesso.
ResponderExcluirA resenha ficou ótima, não tinha ouvido falar do auê que deu kkkkk desinformada, mas conhece o filme por um amigo que leu e gostou.
Boa Noite.
Bjs.
Mari!
ResponderExcluirDevo também confessar que ainda não havia escutado sobre Trumbo até o filme.
Como gosto de biografias, gostaria de conhecer um pouco mais sobre ele e tudo que passou na vida, inclusive a doença.
“O amor é a sabedoria dos loucos e a loucura dos sábios.” (Samuel Johnson)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
TOP Comentarista especial de aniversário em abril: com 6 livros 5 ganhadores, participem!
Oiii
ResponderExcluirNão gosto muito de ler biografias,mas vou assistir ao filme.
Gostei muito da resenha.
Bjs
Os filmes são muito bons! Pra começar temos Bryan Cranston (Eu certamente sabia que terá uma participação especial em Segura A Onda 09 ). na pele do excêntrico Dalton Trumbo. Posso dizer que ele está formidável neste filme! Além dos perfeitos traços e trejeitos, Cranston transborda uma caracterização impressionante, pois o atoe retrata um Trumbo bem articulado, com opiniões fortes, respeitando sua ideologia sem se deixar influenciar por nada e ninguém. Mesmo passando por dificuldades, ele e sua família nunca deixaram de ter do bom e do melhor e, apesar de apresentar uma personalidade forte e não muito fácil de lidar, o personagem consegue manter a química com os demais e, nenhum momento, o espectador fica contra ele.
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