7 de março de 2016

RESENHA: QUARTO - Emma Donoghue (Ed. Verus)



Boa tarde, pessoal!

Essa semana será recheada com MUITAS resenhas do GRUPO EDITORIAL RECORD. E vou começar por um livro que saiu pela VERUS e que fez um monte de gente torcer por ele no Oscar, claro que estou falando de QUARTO da EMMA DONOGHUE.

QuartoQUARTO
EMMA DONOGHUE
Editora: VERUS              
Ano: 2011
Nº págs: 350
Gênero: Drama

SINOPSE: Para Jack, um esperto menino de 5 anos, o quarto é o único mundo que conhece. É onde ele nasceu e cresceu, e onde vive com sua mãe, enquanto eles aprendem, leem, comem, dormem e brincam. À noite, sua mãe o fecha em segurança no guarda-roupa, onde ele deve estar dormindo quando o velho Nick vem visitá-la. O quarto é a casa de Jack, mas, para sua mãe, é a prisão onde o velho Nick a mantém há sete anos. Com determinação, criatividade e um imenso amor maternal, a mãe criou ali uma vida para Jack. Mas ela sabe que isso não é suficiente, para nenhum dos dois. Então, ela elabora um ousado plano de fuga, que conta com a bravura de seu filho e com uma boa dose de sorte. O que ela não percebe, porém, é como está despreparada para fazer o plano funcionar.

Sempre soube que QUARTO traria a história de um sequestro e encarceramento, e, por causa disso, imaginava que o livro era um thriller. Se tivesse sido, minha nota teria sido um tantinho maior, mas, por se tratar de um drama, achei que a leitura foi bastante mediana. Mas vou explicar todos os motivos.

O livro começa falando do sequestro e encarceramento de mãe e filho. Até aí, GENIAL! A abordagem foi excelente e EMMA foi um gênio, pois colocou Jack, o garotinho, como narrador, o que foi brilhante, pois ele é cativante e seus erros de fala dão uma leveza pertinente ao momento tão tenso a que esse princípio necessita.

Meu problema com QUARTO começou com o perpetrador, que aparece muito pouco na história e merecia ter tido mais destaque. Até que Jack conta sobre sua vida e de sua mãe, achei ok que ele desse apenas pinceladas sobre o velho Nick, afinal, estávamos vendo tudo pelo olhar dessa criança, mas, depois que a mãe e ele pensam em um plano mirabolante (que eu sei, poderia ser falho e teve várias brechas, mas confesso que adorei), achei que faltou falar e expor mais o monstro Nick. Em todos os momentos eu tentei dizer a mim mesma que essas passagens não existiam porque Jack era uma criança e não tinha como saber desses detalhes, e também, por não estar presente. Contudo, senti necessidade de ver um maior desenrolar sobre o julgamento e desfecho para esse personagem, que foi relegado a praticamente nada.

Como disse, senti falta disso, mas, pelos motivos citados, compreendi a falta dessas passagens, porém, achei exagerado o tanto que a autora deu destaque a parte final do livro. Foram muitas páginas para explorar um pós-trauma, mas nenhuma dessas páginas, situações ou acontecimentos conseguiram me emocionar, pelo contrário, muitas vezes senti que estava lendo de forma robótica, apenas para chegar ao final e conferir o desfecho. Não, eu não queria leveza nessa parte, mas queria passagens e situações que emocionassem mais, que me tirassem a paz e que fizessem com meu coração se apertasse no peito.


QUARTO foi um livro lindo, porém não foi emocionante como pensei, e para ser tão rápido como foi, e às vezes tão raso em passagens que permitiriam deixar o leitor em frangalhos, acho que teria funcionado melhor se a autora tivesse alterado algumas coisas e transformado em um thriller, pois, como drama, deixou a desejar. Por isso dei apenas 3 estrelas. Mas talvez vocês tenham o coração mais mole que o meu e se sintam dilacerados, ou talvez vocês sejam da mesma opinião que eu: que o filme conseguiu atingir melhor o objetivo de causar tristeza, dor e angústia em quem estava do outro lado. Esse é um daqueles raros casos em que prefiro o filme ao livro.


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9 comentários:

  1. Juro que eu sempre lia o nome do livro/filme e achava que era de terror, fiquei bastante surpresa quando descobri que a história e muito interessada. Bem, ao escrever pelo olhar de uma criança talvez as partes mais pesadas são ocultadas, mas sem duvida a emoção seria mais intensa, ao meu ver.
    Quero ter a oportunidade de ler o livro e ver o filme pra descobrir.
    Beijos!

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    1. Dri, depois que ler e assistir, volta pra me contar qual você preferiu ;)

      Bjs

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  2. Quando esse livro foi lançado da primeira vez, eu vi muita gente comentando que o livro era meio monótono e tals... Agora, como aconteceu com Garota Exemplar (que também, quando lançado da primeira vez, não era lá essas coisas), todo mundo é só elogios.
    Gostei muito da sua resenha. Foi bastante sincera. Eu também tenho coração duro e acho que eu teria dado uma nota menor que a sua.
    Mas, apesar dos pesares, ainda vou assistir ao filme.
    Beijos
    Balaio de Babados
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    1. Luuuu, pior que eu tenho coração mole, viu, hahaha. Mas é que simplesmente não conseguiu me emocionar mesmo. Para mim, faltou algo mais dramático e intenso.

      Já Garota Exemplar, sou do time das pessoas que amaram desde o lançamento <3 Livro da minha vida! <3 Só gente surtada no enredo, hahahaha.


      Bjs

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  3. Eu estou apaixonada tanto pelo filme, quanto pelo livro. E acho que é exatamente por eu ser uma chorona... E super sentimental.
    Só faltou eu ter chorado de felicidade quando vi que a atriz do filme ganhou o Oscar. Kkkkk preciso de lenços!!!!

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  4. Estou louco para ler o livro e ver o filme, todo mundo está falando muito bem. Acho que o livro pode render algumas lágrimas, por ser bem forte. Gostei muito de suas resenhas porque sempre dá dicas de como a história teria desenvolvido melhor. Abraços :)

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  5. Eu sou mãe e não tenho coragem de ler o livro, só de pensar já acho que vou morrer chorando. Mas enfim, coisas de mães, a gente chora até com comercial que aparece crianças.

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  6. Bem Mari!
    Apesar de suas ressalvas, quero ainda muito ler o livro e depois ver o filme, que pelo visto é mais emocionante.
    “Saber amar não é amar. Amar não é saber.” (Marcel Jouhandeau)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    TOP Comentarista de março com 4 livros 3 ganhadores, participem!

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  7. Só ouço críticas mega positivas a respeito desse livro, e confesso que sou apegada demais a dramas, por isso estou ansiosa para ler o livro. Assim como tu, achei uma sacada genial da autora colocar o garotinho como narrador, isso vai acabar com o meu psicológico, com certeza. Mas acredito que eu também sentiria falta de saber mais sobre o encarcerador. Ele é uma parte indispensável na história, e apesar de compreender a não-presença dele gostaria de entendê-lo melhor.

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