8 de março de 2016

RESENHA: HYDE - Daniel Levine (Ed. Record)



Olá, pessoal!

Durante toda essa semana estarei postando resenhas do GRUPO EDITORIAL RECORD, e hoje vou falar de um livro que saiu pela RECORD que estava doida para ler: HYDE do DANIEL LEVINE.

HydeHYDE
DANIEL LEVINE
Editora: RECORD              
Ano: 2016
Nº págs: 434
Gênero: Suspense

SINOPSE: O que acontece quando o vilão se torna o herói? Impedido de sair do gabinete do Dr. Jekyll, Mr. Hyde conta as horas até ser capturado. No entanto, como um último ato ele tem a chance de contar a breve e fascinante história de sua vida. Trazido à vida após passar mais de trinta anos adormecido no inconsciente do Dr. Jekyll, Hyde não sabe quando ou por quanto tempo terá o controle do corpo que divide com o médico. Quando dormente, ele observa a vida do Dr. Jekyll de uma perspectiva distante, mas consciente. Porém, conforme o experimento se desenrola, Hyde passa a ter suas próprias experiências, algo próximo à liberdade. Mas a existência mútua é ameaçada. Há um perseguidor misterioso à espreita. Hyde está sendo provocado, e há uma cilada sendo orquestrada. E, quando algumas garotas desaparecem e uma pessoa é assassinada, na bruma da consciência compartilhada, será que Hyde pode ter certeza de que não é o culpado dos crimes?

Vocês devem estar achando estranho o fato de não termos as estrelinhas de avaliação nesse post, e o motivo é que abandonei a leitura. Mas vamos por partes que vou explicar em detalhes.

Segunda passada comecei HYDE e estava louca de curiosidade. O começo foi arrebatador, principalmente pelo tom sombrio encontrado por DANIEL na hora de narrar, que muito lembrava a escrita do ROBERT LOUIS STEVENSON. Para quem não sabe, HYDE vai contar a história de Hyde, sim, aquele mesmo Hyde do clássico O MÉDICO E O MONSTRO (ou O ESTRANHO CASO DO DR. JEKYLL E MR. HYDE), escrito pelo STEVENSON em 1886.

Faz muitos anos que li o original, mas a história é tão inesquecível que fiquei impressionada com o quanto DANIEL me fez rememorá-la ao dar pequenas pinceladas dela nessa sua obra, que como disse, a princípio me conquistou. Fui conquistada pela linguagem, pelas recordações, e como já disse, pelo tom sombrio, mas, infelizmente, a conquista ficou apenas nisso. Quando cheguei mais ou menos à página 80 eu ainda não tinha conseguido entender muito bem a que o livro tinha vindo, pois ele já estava demasiado enfadonho. Mas resolvi continuar, porém, não consegui avançar além da página 130 ou 150, não me lembro bem. Fato foi que DANIEL passou a me irritar. Hyde, o vilão conhecido por todos, passou a ter crises existências e de consciência que tornaram o personagem, tão interessante pelas mãos do STEVENSON, um completo chato! Em vez de aproveitar seus momentos, ele ficava se perguntando as razões de Jekyll ter lhe dado mais espaço, ter lhe deixado ficar mais tempo e blá, blá, blá... De repente DANIEL inseria um ou outro personagem do livro original e alguma conversa entre eles e meu interesse ressurgia, mas não demorava para Hyde ficar novamente sozinho e voltar aos seus eternos e aborrecedores fluxos de consciência.

Diante disso, resolvi ler a orelha do livro (não, eu não havia lido nem a sinopse), pois pensei que ela poderia me motivar a continuar. Foi aí que broxei ainda mais :S  Apesar de parecer interessante e falar de corpos, falava que o autor iria colocar Hyde como um herói(!!!!???) Ai, não! Doeu! Não deu!

Fiquei tão desmotivada a continuar que só tive uma coisa a fazer: correr ao final da edição, que traz a obra ORIGINAL! Yes! A RECORD foi diva e nos brindou com o original no final, que foi a salvação, pois fazer a releitura desse clássico foi algo incrível! E aí fiquei ainda mais aborrecida com DANIEL e seu Hyde, pois ele parecia querer enrolar muito na história e ficar cheio de pompa, enquanto que no original, temos o maravilhoso STEVENSON com uma narrativa bastante fluida e impressionante, com seu Dr. Jekill tendo seus momentos de insensatez para por em prática sua experiência, e seu Hyde se comportando como deve ser: vilão!


HYDE foi uma decepção, mas valeu por me dar a honra de fazer a releitura do grande clássico que é O MÉDICO E O MONSTRO. E já que o assunto aqui é o ROBERT LOUIS STEVENSON, aproveito para dizer que vocês devem ler A ILHA DO TESOURO, meu livro favorito do autor <3


OBS: ainda não sei porque insisto em ler livros que derivam de outros, não sei mesmo! Acho que tive uma ou duas experiências gratificantes, todas as demais foram frustrantes :S


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6 comentários:

  1. Bem, como nunca li o livro original e o derivado, não tenho muito o que opinar, mas é muito frustrante mesmo, você vai com a mesma expectativa quanto ao livro original, talvez altas até demais e acaba se decepcionando, afinal, não são todos que conseguem dar o mesmo tom ou ter a mesma escrita que o autor original.
    Beijos!

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  2. Nunca li O Médico e o Monstro, mas qualquer dia pego na biblioteca da escola. Uma pena você ter se decepcionado, realmente a narrativa não parece fluir de modo algum. Pra quem é fã do livro original pode ser interessante para relembrar a história, mas mesmo assim acho que dessa vez passo. (OBS : Estava com expectativas grandes pro livro, mas abandonei a vontade de ler :/) Abraços, ótima resenha!

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  3. Eu estava super interessada no livro, mas após ter lido umas duas resenhas, tenho certeza de que não irei adquirir um exemplar.
    Eu amo as releituras, mas nesse caso, acho melhor eu me contentar somente com O Médico e o Monstro.

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  4. Sério mesmo, abandonou? Eu estou cheia de expectativa quanto a esse livro, pensei que ia ser super psicológico, mostrar várias facetas da natureza humana e tal.

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  5. Mari!
    Achei também que iria falar sobre a origem do Hyde e sua personalidade maligna.
    Fiquei triste em saber que o autor quer colocá-lo como herói...:(
    “Saber amar não é amar. Amar não é saber.” (Marcel Jouhandeau)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    TOP Comentarista de março com 4 livros 3 ganhadores, participem!

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  6. Li O Médico e o Monstro há muito tempo, mas confesso que ele me marcou demais! Acho que é exatamente por eu acreditar que não teria como melhorar a história original que fiquei com um pé atrás com esse livro desde o começo. E realmente colocar o Hyde como herói é pedir demais! Uma pena que a sua expectativa não tenha sido atendida, mas achei super legal a iniciativa da editora de colocar o original no final, foi uma grande sacada!

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