23 de setembro de 2014

RESENHA: MORTOS ENTRE VIVOS - John Ajvide Lindqvist (Ed. Tordesilhas)



Boa tarde, pessoal.

Hoje vou falar sobre um livro que enrolei um tempão para pedir: MORTOS ENTRE VIVOS do JOHN AJVIDE LINDQVIST, lançado pela editora TORDESILHAS.

Mortos Entre VivosMORTOS ENTRE VIVOS
JOHN AJVIDE LINDQVIST
Editora: TORDESILHAS              
Ano: 2012                  
Nº págs: 360
Gênero: Terror, Drama

SINOPSE: Estocolmo, Suécia, 13 de agosto de 2002. Seria mais um dia normal na capital do civilizado e pacato país com um dos melhores IDH do mundo, não fosse uma "epidemia" de cefaleia e o estranho comportamento dos aparelhos eletrônicos: eles simplesmente não desligam, mesmo quando desconectados da tomada. Prenúncio de fenômeno ainda mais extraordinário: os mortos revivem - inclusive os falecidos até alguns meses antes. De repente, eles se movem, andam, deixam as câmaras de refrigeração dos hospitais, falam (ou balbuciam algumas palavras, como crianças) e podem ser ouvidos arranhando a tampa de suas urnas funerárias, nos cemitérios.

O primeiro livro que li do JOHN foi A MALDIÇÃO DE DOMARÖ. Antes disso só conhecia o autor por causa de DEIXA ELA ENTRAR, mas não havia lido o livro, apenas assistido aos filmes, tanto o sueco quanto o americano. Quando soube que era o mesmo autor fiquei empolgada para ler A MALDIÇÃO DE DOMARÖ, e me surpreendi bastante com a leitura, pois o livro foi realmente fantástico! Apesar de ter gostado muito desse primeiro contato, tive muita relutância para solicitar MORTOS ENTRE VIVOS, isso porque o livro trata de um tema que eu detesto: ZUMBIS.

Ok, sei que eles estão na moda e que todo mundo gosta. Até assisti algumas temporadas de THE WALKING DEAD, mas depois perdeu a graça, é sempre a mesma coisa: pessoas tentando sobreviver diante um apocalipse zumbi. Justamente por isso adiei a leitura de MORTOS ENTRE VIVOS. Não sei nem dizer a razão de ter solicitado o livro, mas acho que no fim a curiosidade falou mais alto, e só posso dizer que me arrependo de não ter lido antes, muito antes.

LINDQVIST apresenta uma história de zumbis completamente diferente. Esqueçam o apocalipse, esqueçam a frase “cérebro, cérebro, cérebro” (sempre penso isso quando alguém fala em zumbis ¬¬). É com maestria o autor disseca esses seres, não como comedores de cérebros, mas como reviventes que voltam em busca de seu lar.

MORTOS ENTRE VIVOS traz alguns personagens principais, e são nesses núcleos que vamos acompanhando as dores e vivências das famílias que velaram seus mortos e que agora os recebem de volta. Temos uma idosa que perdeu o marido com quem foi casada por muitos anos, uma jovem que perdeu o filho, e um pai de família que perdeu a esposa. Confesso que a princípio pensei que estaria frente a um livro de terror, pois não vou negar que senti medo da descrição dada para a hora em que a esposa do pai de família acordou. A forma como o autor narrou essa passagem arrepiou até meu último fio de cabelo, gelei, principalmente quando descreveu ou olhos dela, fato que me fez fechar o livro e ficar observando a capa e pensando se eu iria mesmo prosseguir com a leitura. Como já era noite, resolvi deixar quieto e continuar de dia.

Ao retomar a leitura percebi o quanto fui tola, pois por mais que algumas passagens do livro assustem, e elas assustam MESMO, JOHN descreve de forma tão tocante todo o drama que cerca essas famílias, que me deixou com o coração apertado de ver o comportamento de cada um deles frente ao “problema” dos mortos reviventes.   

Uma coisa que geralmente odeio nos autores de terror é que eles costumam ser comparados com o mestre STEPHEN KING. Não gosto desse tipo de comparação com qualquer autor que seja, mas quando é com KING fico mais enfurecida ainda. E JOHN sempre é comparado com o mestre, inclusive esse livro compara-o com KING na capa. Apesar de achar essas comparações infelizes, digo que nesse caso ela é bastante pertinente, pois a narrativa do JOHN é tão fascinante quanto à do KING. Sabem quando comento que o mestre tem o dom de humanizar seus personagens? Pois é, LINDQVIST possui esse mesmo poder. Ele penetra tanto no lado psicológico de seus personagens e desnuda tanto eles para o leitor, que é impossível que não tenhamos empatia imediata por qualquer deles que apareça nas páginas. Tudo o que eles sentem, transborda das páginas, e conseguimos sentir toda a dor, desespero e esperança que os atingem. Além disso, o autor aproveita para tratar de questões filosóficas e sociais, o que dá um “tchans” a mais no livro.

Vi algumas pessoas criticando o final, mas achei simplesmente perfeito. Bastante tocante, na realidade, tanto que me fez chorar. 

Teria dado 4 estrelas facilmente para o MORTOS ENTRE VIVOS, mas pelo fato de o autor tratar de um tema que detesto e fazer com que eu gostasse pra caramba, um 5 é muito mais que merecido. Espero que a TORDESILHAS traga outros livros do autor. Quero conferir cada um deles. 


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2 comentários:

  1. Também não gosto de zumbis, Mari. Mas esse livro parece mesmo fascinante. Espero ter oportunidade de ler. Ótima resenha.

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  2. Faz muito tempo que quero ler A Maldição de Domarö, nem imaginava que o autor era tão bom assim. Agora, mesmo que não goste tanto do tema Zumbis, quero ler Mortos Entre vivos também.
    É muito bom saber que o autor é comparado ao mestre e que as pessoas estão certas ao dizerem isso. Caramba! O cara deve ser bom de verdade.
    Preciso dos livros dele.

    bjs.

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