12 de agosto de 2015

RESENHA: MENTIRAS QUE CONFORTAM - Randy Susan Meyers (Ed. Novo Conceito)



Boa tarde, pessoal!

Dando continuidade a nossa Semana NOVO CONCEITO, vou falar agora do livro mais decepcionante que li nesse ano de 2015: MENTIRAS QUE CONFORTAM da RANDY SUSAN MEYERS.

Mentiras que ConfortamMENTIRAS QUE CONFORTAM
RANDY SUSAN MEYERS
Editora: NOVO CONCEITO              
Ano: 2015
Nº págs: 320
Gênero: Drama

SINOPSE: Cinco anos atrás...
Tia apaixonou-se obsessivamente por um homem por quem nunca deveria ter se apaixonado. Quando engravidou, Nathan desapareceu, e ela entregou seu bebê para a adoção. Caroline adotou um bebê para agradar o marido. Agora ela questiona se está preparada para o papel de esposa e mãe. Juliette considerava sua vida perfeita: tinha um casamento sólido, dois lindos filhos e um negócio próspero. E então ela descobre o caso de Nathan. Ele prometeu que nunca a trairia novamente, e ela confiou nele.
Hoje...
Tia ainda não superou o fim do seu caso com Nathan. Todos os anos ela recebe fotos de sua garotinha, e desta vez, em um impulso, decide enviar algumas delas para a casa do ex-amante. É Juliette quem abre o envelope. Ela nunca soube da existência da criança, e agora precisa desesperadamente descobrir quantas outras mentiras sustentaram o seu casamento até hoje.

Solicitei esse livro porque depois de ler a sinopse achei que ele enredaria por caminhos obscuros e seria uma trama no estilo das da LIANE MORIARTY, mas não, tudo o que a sinopse traz é o que o livro é, portanto, como não há surpresas nem mistérios, não vou ter comedimento para falar o que desejo e nem terei medo de entregar algo, mesmo porque, nem há algo para entregar.

O livro apresenta a perspectiva de vida de três mulheres: Tia, Juliette e Caroline.

Tia é quem inicia a história, contando seu caso obsessivo com Nathan e sua gravidez. A personagem já me desagradou nesse início, pois ela foi contar da gravidez para o amante fazendo festinha, sendo que ele tinha deixado bem claro desde sempre que JAMAIS abandonaria a família para ficar com ela, mas, por alguma razão tola, ela sentiu que a gravidez poderia fazê-lo mudar de ideia. ¬¬ Na época ela tinha 24 anos e já a achei idiota, pois, pelo amor de Deus, o cara podia estar traindo a esposa, mas foi honestíssimo com ela, se ela se iludiu, foi porque quis! Diante a situação, Nathan teve a única reação imaginável a um homem, pediu que ela tirasse o bebê e sumiu da vida dela.

Nathan é um personagem bastante difícil de odiar, isso porque apesar do que ele fez, a autora não se preocupou em retratá-lo como um crápula, e sim como um homem que deu um escorregão, mas que amava a esposa e os filhos. Ou seja, ele se tornou um mero personagem secundário nessa trama, não um calhorda, apenas um sujeito boçal, mas quase sincero, pois assim que se afastou de Tia contou a esposa, Juliette, sobre o caso.

Então a história tem uma passagem de tempo de 5 anos e tudo fica MUITO ridículo!

Após 4 anos, Tia está com 29 anos e é a personagem mais escrota de toda a trama. Ela não teve coragem de tirar o bebê, mas deu ele para adoção e passou esse tempo todo pensando em Nathan e desejando a sua volta e que ele a amasse e a desejasse, e blá, blá, blá... Depois de todo esse tempo, ela resolveu enviar uma carta e fotos da filha (que já tinha sido adotada) para ele. Aí já começa o “avurto” do livro, porque é MUITO claro que ela não quer que ele saiba que tem uma filha, ela não o imagina sendo o pai dela, mesmo porque, a filha NÃO está com ela! Ela deu para adoção e a garota vive em outro lar, tem outros pais, que apesar de mandarem fotos para Tia todos os anos, não tem contato com ela. Ou seja, qual objetivo dela em mandar essa foto? Para mim foi claro que ela só queria perturbar Nathan e tentar esfregar a “pepeca” nele de novo. Aliás, o objetivo dela durante as 366 páginas do livro foi provar para ele que era melhor que a esposa e que o sexo com ela era fenomenal, e que se ele voltasse a encostar em sua piriquita de mel, ia se apaixonar perdidamente por ela e largar tudo em busca desse amor. Sério, não dá para ser mais escrota que isso. Tia foi a personagem mais babaca, simplória e infantil que encontrei. Uma mulher de quase 30 anos que se comportava e pensava como se tivesse 14, ou menos. Além disso, ela pensou tanto no cara que prejudicou sua vida em outros aspectos, sendo uma péssima profissional, por exemplo, e indo para cama com outros homens e só atingindo o orgasmo quando pensava no nome de Nathan, pois o som do nome dele em sua cabeça a enlouquecia! ¬¬(Oh, que poder tem um nome!) Puta merda, passou 5 anos! Não consigo ver NUNCA isso como o comportamento de uma mulher dessa idade. E não, não acreditei que ela sentisse amor de verdade por ele em momento algum, a mim, ela só queria provar que era mais fodona que a esposa e conseguiria tirar ele dela. 

Então o mais óbvio acontece, Juliette intercepta a carta e descobre que o marido não teve apenas um caso, como ele havia lhe confessado anos antes, mas que existe uma criança envolvida. Esposa e mãe, apaixona e preocupada, ela vai atrás de saber mais dessa história. Descobre então quem é Tia e quem é Caroline, a mãe adotiva da filha de seu marido. Juliette foi uma personagem compreensiva, que quis que a menina fizesse parte da vida do marido e dos irmãos. Ela dizia que o marido precisava conversar com Tia e resolver a situação. Claro que isso abalou o casamento deles, mas durante o livro todo ela me pareceu a única realmente preocupada com a criança. Quando ela empurrou Nathan para conversar com Tia, essa escrota, mais uma vez, achou que ele estava lá por ela, e ficou puta de ver que ele só a procurou porque a esposa mandou. Aí ela entrou em uma competiçãozinha tola de ficar perguntando se ele ainda a amava, se um dia a amou, ficou falando mal de Juliette, e ficou questionando o cara se ele a amaria se a esposa não existisse ¬¬. Quando Nathan disse então que a Juliette era quem achava que ele devia conhecer a menina, Tia deu um chilique ridículo; foi atrás de Juliette e disse para ela ficar longe da filha dela, que ela não tinha nada a ver com a vida da garota.

Mas vamos lembrar bem... Que direito ela tinha de falar isso? A menina NÃO ERA MAIS FILHA DELA! Ela deu para adoção! Fiquei realmente MUITO puta de ver as reações idiotas de proteção dessa mulher. Ela queria que Juliette se afastasse da filha dela (que nem era dela, e que nunca tinha visto pessoalmente), mas queria que Nathan participasse da vida da menina. Como se essa escolha coubesse a ela e não aos pais adotivos! Eu queria entrar no livro e dar uns tapas nessa mulherzinha. Pior que ela é a personagem de maior destaque e a autora, por alguma razão idiota, tenta fazer com que o leitor sinta pena dela! Não senti pena alguma, pelo contrário, torci pra ela se foder muito! E perdoem o palavrão, mas fiquei realmente irritada com a personagem.

Caroline, a mãe adotiva, também despertou raiva em mim. Primeiro pelo fato de que ela nunca quis ser mãe, nunca se viu cuidando de uma criança, mas acabou adotando uma para agradar ao marido. Já fiquei puta da vida nessa parte, pois ela não tinha que fazer NADA para agradar o marido, esse é o tipo de situação em que ela tem que pensar na criança! A criança já sofreu com o abandono da mãe biológica, é justo que ela sofra pelo distanciamento de uma mãe adotiva que só a quis para agradar um marido? Mas pior que isso foi Peter, o tal marido, que sabia que a esposa nunca quis ser mãe e praticamente impôs a maternidade a ela. Além disso, cobrava dela que devia dar atenção a menina. Enquanto isso, Caroline tinha cada vez mais dúvidas sobre a maternidade, passou a ficar cada vez mais tempo longe de casa, no trabalho, e se viciou em remédios, ou seja, a mulher estava se destruindo de forma visível, e o que o marido fez? Pediu para que ela saísse do emprego para cuidar da filha! Caroline se apegava ao emprego como válvula de escape e o marido, que quis a filha, sonhou com ela e a impôs a esposa, queria que ela largasse tudo pela menina, que depois ela acabou confessando não sentir ligação alguma e não querer estar presente. Não sei se existe forma de ser mais non sense que esse marido. É fácil realizar nossos sonhos e jogá-los para outra pessoa cuidar deles, não? Achei a noção de responsabilidade dos dois ridícula! 

E quando eu achava que nada poderia piorar, piorou, pois Caroline, que antes estava bastante desgostosa com a situação e com o papel de mãe, ao ver Tia e Nathan se aproximar da garota, mudou da água para o vinho e resolveu que amava a garotinha e que ia se esforçar. Oi? Foi por amor ou simples sentimento de possessão de não ver uma coisa que considerava sua se esvair? Não sei, isso não ficou bem claro para mim no livro e o súbito interesse de Caroline pela garota não me convenceu. Mas ao menos foi o marido o escolhido para diminuir as horas de trabalho e passar mais tempo com a filha que ELE tanto sonhou.

E depois piorou de novo, pois Tia, após 5 anos resolveu que queria bancar a super mãe e achou que com a ajuda de um advogado podia conseguir tirar a filha do casal e tê-la de volta. Pelo amor de Deus, 5 anos depois! Será que essa mulher pensou um minuto na criança? Claro que não! O que ela pensou foi: “se ela voltar para mim, Nathan vai vir visitá-la e vou ter mais chances de revê-lo e dar um esfrega nele! Ok, vou tentar ter minha filha de volta”! Aí Nathan deu um passa-fora de vez nela que FINALMENTE, FINALMENTE, compreendeu que ele amava a esposa e não iria ficar com ela nunca. E Tia fez o quê? Deixou pra lá a ideia de recuperar a filha! Por que mesmo? Ah sim, claro, se não vai dar pra ter Nathan, pra que ter que aturar a criança, não? E o que ela fez no fim? Viajou para passar 6 meses na Califórnia com uma amiga! Ela tinha acabado de conhecer a filha biológica! Alguma vez passou na cabeça dessa escrota que durante 6 meses a menina poderia sentir que a mãe a havia abandonado pela segunda vez? Como ela entrou na vida de uma criança com apenas 5 anos e depois saiu para viajar por metade de um ano sem se importar com o nó que criou na cabecinha dela? Claro, o importante era ela passear para esquecer o "pica doce" do Nathan.

Terminei o livro ABOMINANDO Tia e a forma como a autora criou a personagem, pois ficou claro que a intenção de RANDY era mostrar que a personagem tinha um amor obsessivo por Nathan, mas a mim ela não pareceu em momento algum uma mulher que amava. Em relação a Nathan, ela era apenas uma competidora que queria provar que conseguia tirar o homem de Juliette, ou seja, essa mulher não amava ninguém, nem a si mesma, pois sua falta de amor próprio e de auto-respeito ficou evidente do começo ao fim do livro, mas jamais superou o quão boçal ela foi em relação a filha.

Durante todo o livro pensei em abandoná-lo, só não o fiz porque pensei que haveria um lindo e compensador final, que não teve! Peço perdão pela resenha tão longa, mas tinha que desabafar o quão horrível esse livro foi. MENTIRAS QUE CONFORTAM foi um dos piores livros que li na vida! Se pudesse, colocaria uma tarja bem grande de NÃO RECOMENDO em sua capa!







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6 comentários:

  1. Eu ri muito com a "piriquita de mel" na resenha, mas vamos lá. A sinopse vende muito bem o livro, não? Também achei que seria mais de suspense e o "vilão" seria o Nathan que estava no meio dos rolos.
    Esse negócio de orgulho ferido é muito sério pra algumas pessoas, elas tem dificuldade de entender que a outra pessoa simplesmente seguiu em frente sem ela e acabam fazendo o maior auê por isso ¬¬
    Enfim, Beijos!

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  2. Oi Mari!
    Que pena que você não gostou!!! Tinha visto várias resenhas positivas sobre ele e estava super animada mas confesso que me desanimei bastante.
    Muito provável que eu não vá ler mais. #Chateada
    Beijos!!
    umlugarparaleresonhar.blogspot.com

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  3. Nossa!
    Nossa!
    Nossa!
    Pensar que terei que ler me deixou tensa.
    Sem mais palavras, viu ali chorar e não volto!

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  4. Não acredito, apostava todas as minhas fichas nesse livros. E estou louca para ler. Sim, ainda vou querer.
    Porque os quotes que li me deixaram curiosa. Ainda aposto nele e com sérios riscos de gostar.

    Abç,
    http://garotasdepapel.blogspot.com.br

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  5. Mari!
    Estou na leitura desse livro e ainda não sei o que acho direito.
    Entendi todos os motivos do seu desabafo e todas as atitudes desregradas das protagonistas...mas, é uma história que até poderia ser real, como as que vemos ou sabemos por aí que acontecem todos os dias.
    Quando acabar, verei qual meu pensamento sobre tudo...
    “Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos.”(William Shakespeare)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    Participem do nosso Top Comentarista!

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  6. Genteee, to pasma, ainda bem que deixei esse livro para colunista ou eu ia me odiar profundamente!! Não sei nem o que dizer Mari. Tenho certeza que se um dia me prestasse a ler esse livro sentiria as mesmas coisas que você. Mas o que mais me deixa angustiada ao ler sua resenha é ver essa criança no meio de tanta confusão, uma mãe que a abandona, uma mãe adotiva que não se presta a amá-la e que faz o que faz para agradar outros. Olha, tinha lido uma resenha dele antes e até pensei em ler, mas depois de ver sua opinião eu vou passar bem longe desse livro

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